MP denuncia dentista suspeito da morte de gerente de banco de Anta Gorda
O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou, nesta quinta-feira (11), o dentista Carlos Alberto Weber Pattusi por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ele é suspeito da morte do gerente bancário Jacir Potrich, de 55 anos, que desapareceu depois de uma pescaria em um açude, em Anta Gorda, no Vale do Taquari, interior do Rio Grande do Sul, em novembro do ano passado.
Patussi, que era amigo pessoal e vizinho da vítima, chegou a ser preso em janeiro, mas foi solto uma semana depois.
Embora o inquérito ainda não esteja concluído, para o promotor André Prediger, a investigação apontou que Potrich teria sido asfixiado por Carlos. O crime teria ocorrido em menos de um minuto, segundo o MP. Foi pedida a prisão preventiva do suspeito.
A denúncia traz vários indícios de que o dentista teria cometido o crime, mesmo que o corpo ainda não tenha sido encontrado, de acordo com o promotor.
“Nós temos muitas provas dentro do inquérito policial e agora processo. Temos filmagens, depoimentos de testemunhas, contradições no depoimento do investigado com o depoimento de outras testemunhas, quebra de sigilo telefônico, enfim. Não temos o corpo, não temos o exame de corpo de delito direto, mas tanto doutrina quanto jurisprudência permitem que, em alguns casos, essa prova pode ser feita de prova indireta, suprida por depoimentos e no nosso caso aqui por filmagens”, contou o promotor.
As investigações para localizar Jacir seguem. A hipótese até o momento é de que Carlos tenha usado ácidos para desaparecer com os restos da vítima.
Imagens do dia do desaparecimento
Um vídeo divulgado, no início de fevereiro, pela Polícia Civil mostra o dentista mexendo em câmeras de segurança e subindo no telhado da casa onde mora no dia em que a vítima havia sido vista pela última vez. (Veja abaixo)
As imagens foram gravadas por câmeras de segurança do condomínio onde o suspeito mora e a vítima morava. No local, uma espécie de chácara, havia três casas, e uma delas era de Pattusi.
“Entre 19h30 e 20h, Jacir Potrich e o seu vizinho estiveram no mesmo epicentro, no local em que está o quiosque da propriedade comum de três amigos que se juntaram para formar o condomínio. Quando o vizinho se encontra com o Potrich, ele retorna de forma mais atabalhoada, não tão tranquila como quando ele se dirigiu ao quiosque”, descreve o delegado Guilherme Pacífico.
O caso
Jacir Potrich foi visto pela última vez em 13 de novembro. Naquele dia, o bancário teve uma rotina normal, trabalhou até as 15h, foi para casa e, mais tarde, saiu para pescar no açude. A pescaria era um costume que Potrich praticava com frequência. No fim da tarde, ele limpou e guardou os peixes. Depois disso, não foi mais visto.
Dois dias após o desaparecimento, bombeiros esvaziaram um açude, localizado a cerca de 30 metros do residencial, na tentativa de achar alguma informação sobre o paradeiro do gerente, mas nada foi encontrado na época.
Há 25 anos, Potrich era gerente bancário na unidade do Sicredi que fica na cidade situada a 184 km de Porto Alegre.
Fonte e foto: G1