Escolaridade dos pais é fundamental para saída dos filhos do Bolsa Família
O estudo do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social revelou que, em 15 anos de Bolsa Família, a maioria dos filhos de pessoas beneficiadas pelo programa deixou de depender do auxílio do governo. Para a saída do projeto social, uma variável determinante é o nível escolaridade dos pais. No Jornal da CBN, o economista Paulo Tafner, coordenador da pesquisa, explicou os impactos da educação na melhoria de vida dos jovens pobres.
‘Atingir o nível médio completo é uma barreira que poucos conseguem atingir, e uma vez atingido, a gente vê impactos substantivos no futuro dos seus filhos. Então, é fundamental a manutenção e a preservação da escolarização da população brasileira’, destacou Tafner. Ele apontou ainda que o Bolsa Família sozinho não é capaz de produzir grandes efeitos de mobilidade social.
‘É necessário a gente pensar em uma política social que complemente a transferência de renda com treinamento e capacitação dos jovens que estão no programa, de modo a dar-lhes capacidade de ingresso permanente no mercado de trabalho. Isso quem tem que fazer são municípios e os governos estaduais, não o governo federal’, afirmou.
Na variável diferença de gênero, é observado que os homens saem mais do Bolsa Família do que as mulheres.
‘Em primeiro lugar, porque os jovens do sexo masculino, muito precocemente, vão para o mercado de trabalho. E ao entrarem no mercado de trabalho, eles deixam de ser elegíveis para o programa. As mulheres, no entanto, que são mais escolarizadas que os homens, muitas delas se tornam mães, tornando-se, portanto, em vez de dependente, titular do Bolsa Família por ser mãe de uma família pobre’, explica o economista.
Quanto à questão de raça e etnia, as pessoas brancas têm incidência 10% maior de saída do programa social do que os negros. A população indígena é que tem a menor taxa de saída.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Fonte: Rádio CBN