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O maior temor em relação à guerra é uma nova crise alimentar no mundo”, diz diretora-geral da OMC

O maior temor em relação à guerra é uma nova crise alimentar no mundo”, diz diretora-geral da OMC
FILE PHOTO: World Trade Organization (WTO) Director-General Ngozi Okonjo-Iweala speaks during an interview for Reuters Next, ahead of the 12th Ministerial Conference (MC12), in Geneva, Switzerland, November 25, 2021. REUTERS/Denis Balibouse/File Photo
02.03.2022 07h33  /  Postado por: adrianolima

A invasão da Ucrânia pela Rússia vai prejudicar a normalização das cadeias globais de fornecimento, que sofrem com interrupções desde o começo da pandemia, diz a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), a economista nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, em entrevista ao Estadão, a primeira a um jornal da América Latina.

Mas, em relação à guerra, ela – que completou ontem (1º) um ano à frente da instituição – diz estar preocupada principalmente com a alta do preço dos alimentos, já que Rússia e Ucrânia são importantes produtores de trigo e milho e podem suspender suas exportações, o que afetaria especialmente as pessoas mais pobres nos países em desenvolvimento.

Quais serão os impactos econômicos e no comércio global da invasão russa?

Primeiramente, queria expressar meus sentimentos a todos que estão sofrendo. O impacto na economia mundial será substancial, mas o que mais me preocupa é o comércio de alimentos e de produtos agrícolas. A Ucrânia, por exemplo, é o 5.º maior exportador de trigo do mundo e o 4.º maior de milho. A Rússia também é um grande exportador de trigo, para a África especialmente. Os problemas que tivemos na crise alimentar de 2008, quando grandes exportadores de trigo, como a Ucrânia, ficaram sem exportar, foram sentidos no preço do pão. Em muitos países pobres, pão é uma comida básica. Tenho medo que o mesmo tipo de impacto aconteça agora. Vai ter impacto na carne, pois o preço do milho, usado para alimentar animais, vai aumentar. Vai ter impacto nos fertilizantes, porque a Rússia é um grande exportador. Para mim, a preocupação é com o comércios de produtos agrícolas e com as pessoas pobres, que serão atingidas por isso, especialmente na África e em países em desenvolvimento.

A OMC pode fazer algo em relação a isso?

A única coisa que podemos fazer é incitar os outros membros da OMC a aumentar suas exportações.

A sra. já afirmou que os gargalos nas cadeias globais de fornecimento vão permanecer por mais tempo do que se esperava. Quando superaremos isso?

Pensamos que pode durar até o fim deste ano ou começo de 2023, porque hoje ainda tem muito atraso. Mas, com a questão Rússia-Ucrânia, a situação fica mais difícil. Há alguns indicadores na cadeia de fornecimento que parecem um pouquinho melhores. Sabemos que ainda há congestionamento em portos, mas os tempos de entrega estão melhorando em todo o mundo. Pelo menos estavam antes do problema entre Rússia e Ucrânia. Com as sanções que estamos vendo na Rússia, vai ficar mais difícil. É uma pena porque, com a retirada das restrições da Covid em muitos países, iria ficar mais fácil lidar com esse problema.

Qual será o impacto disso no comércio global?

Projetamos para este ano um crescimento no comércio global de 4,7%. No ano passado, houve uma retomada forte de 10,8%. Esse problema da Rússia e da Ucrânia, no entanto, pode resultar em um efeito de amortecimento. Então, só espero que se encontre uma resolução para essa guerra rapidamente, porque poderia ser outro fator reduzindo o crescimento do comércio global.

Fonte: O Sul

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