Decisão de vacinar crianças é 100% técnica, diz diretor da Anvisa
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Antonio Barra Torres afirmou que a autorização para uso da vacina contra a covid-19 da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos no Brasil é uma decisão 100% firmada pela área técnica da agência.
Segundo ele, os técnicos se pautaram nos quesitos de segurança e eficácia apresentados pela farmacêutica Pfizer, que desenvolve os imunizantes.
Foram estudos clínicos com milhares de crianças da faixa etária autorizada, níveis de eficácia de 90% e sem registro de efeitos adversos mais graves. Isso foi muito importante para aprovação , ressaltou, ele. Vamos ouvir.
O Brasil apresenta números muitos desfavoráveis quanto ao acometimento da Covid-19 em crianças nessa faixa de idade quando comparado a outros países. Em face desses fatores a área técnica da Anvisa afirmou essa autorização. A dosagem da vacina para esta faixa etária será ajustada e menor (um terço) que aquela utilizada por maiores de 12 anos. Segundo a Anvisa, a proposta é ter frascos diferentes, com dosagem específica para cada grupo. Os frascos serão diferenciados pela cor: roxa para adultos e laranja para crianças. Como o Brasil ainda não tem as doses da tampa laranja, ou seja, as ajustadas para crianças, não há previsão de quando a imunização nesta faixa etária vai começar. Prazo deverá ser definido pelo Ministério da Saúde, destacou o diretor da ANVISA.
A aprovação da vacina da Pfizer para crianças se tornou mais um novo capítulo na série de embates entre a Anvisa e a cúpula do governo federal, como recentemente já tinha ocorrido com o passaporte da vacina. No episódio da vacina para crianças, o ministro Marcelo Queiroga e o presidente colocaram em xeque a decisão da Anvisa. O ministro da Saúde disse que vai ouvir a comunidade científica e promover um amplo debate antes de decidir se colocaria em prática a decisão da agência. Agora, no novo episódio, Queiroga segue em sintonia com o presidente Jair Bolsonaro e ressalta supostas dúvidas em relação à aplicação do imunizante, dizendo que não há consenso sobre vacinação de crianças, apesar de diversos países no mundo já adotarem a prática, os estudos apontarem segurança e eficácia e não haver recomendação contrária da Organização Mundial da Saúde (OMS). O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, disse lamentar esta guerra de informação e a politização do tema vacinas.
Apesar da declaração de Bolsonaro de que a vacina é experimental, o imunizante da Pfizer já passou por todas as fases de teses e tem registro definitivo no Brasil. A expressão “vacinas experimentais” está sendo usada por movimentos antivacina para confundir a população e impor medo dos imunizantes. A Anvisa já esclareceu que todas as vacinas analisadas e autorizadas pelo órgão são seguras e possuem perfis de eficácia definidos por estudos. A Vacina Coronavac busca registro para ser aplicada em crianças de 5 a 11 anos e o diretor da Anvisa frisou que a aprovação no Brasil é a mais ágil do mundo, sendo levados em conta diversos critérios. Há ainda a possibilidade de a imunização começar antes, aos 3 anos.
O diretor da Anvisa salientou que a relação com o Ministério da Saúde.
FONTES: G1 E CNN