Fetag decide não mais participar das reuniões do Conseleite
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul – Fetag-RS, divulgou nota onde externar a todos os produtores de leite, os motivos pelo qual não irá mais participar das reuniões do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite-RS) enquanto a metodologia de formação e divulgação do preço de referência não for modificada.
Na opinião da entidade, é público e notório que o Conseleite vem perdendo a sua credibilidade ao divulgar um preço de referência extremamente defasado do que realmente é praticado no campo. Há muito tempo, as entidades que representam os produtores vêm alertando para que isso seja revisto. A divulgação do preço de referência, nos patamares de hoje, não contribui em nada para a manutenção de uma cadeia produtiva tão relevante como a pecuária leiteira.
Para o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, a saída da Federação do órgão não é para desqualificar o trabalho das instituições que compõem o Conseleite.
Outro ponto que há tempo a Fetag pressiona o Conseleite a apoiar, é que todos os produtores cumprem as exigências de qualidade do leite do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para comercializarem o seu produto não são remunerados por qualidade. Há uma diferença média de R$0,40 que em alguns municípios pode chegar até R$0,90. Esta prática de remuneração por quantidade e não por qualidade é um dos principais fatores de exclusão de famílias da atividade e que beneficia apenas as indústrias que impulsionam a concentração da produção, afirma o presidente da Federação.
Os produtores de leite que não tem feriado, final de semana e muito menos folga durante os 365 dias do ano e que agora visualizam sua renda esvair-se frente ao maior custo de produção da história do setor. Desde o início do ano de 2020, o preço da ureia foi reajustado em torno de 200%, do adubo em 180%, da ração em 60% e vários defensivos para formação de pastagens e silagem em torno de 250%. Frente a isto, nos meses de outubro e novembro vários produtores tiveram uma redução de até R$0,40 por litro tornando insustentável a permanência na atividade. A Fetag diz que o consumidor precisa entender que o preço alto nas prateiras dos supermercados não quer dizer que o produtor está ganhando de mais, bem pelo contrário, afirma../// CARLOS 03
Na próxima segunda-feira, dia 22, às 14h, no auditório da Fetag-RS, a federação estará discutindo juntamente com a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados e com a Frente Parlamentar da Agropecuária da Assembleia Legislativa a forte alta nos custos de produção da cadeia produtiva, que atinge todas culturas, dentre elas o leite.
FONTE E FOTO: ASCOM FETAG