Mercado brasileiro tem momento de cautela com a comercialização da soja
Desde a última sexta-feira (13), o contrato janeiro/21 da soja subiu 3,51% ara fechar a sessão desta sexta (20) com US$ 11,81 por bushel. O mesmo fechamento foi registrado pelo contrato março que, no intervalo, acumulou um ganho de 2,87%. A semana, mais uma vez, foi cheia para o mercado da oleginosa, com os fundamentos – embora a notícia pareça repetitiva – fortes mantendo firmes os pilares que sustentam as cotações na Bolsa de Chicago, sinalizando que a escalada de preços é certa e continua.
O objetivo mais próximo – e nítido – dos futuros da oleaginosa agora é o patamar dos US$ 12,00 por bushel. Rompendo este nível, como explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, é buscar os US$ 12,20. Na sequência, segundo sua análise, serão necessárias notícias novas para manter o ímpeto do avanço das referências.
Durante a semana, o mercado fez ma nova trajetória positiva acompanhando dois principais fatores: a oferta limitada e a demanda muito latente no mercado global. Além dos baixos estoques nas principais origens, as novas safras – que agora se desenvolvem na América do Sul – continuam ameaçadas pelo clima adverso, e já estão bastante comprometidas. A comercialização antecipada aconteceu, principalmente, no Brasil, onde devemos chegar a janeiro com quase 70% da safra 2020/21 já vendida.
“Os estoques mundiais divulgados pelo USDA de 20 milhões de toneladas no Brasil, 27 milhões na Argentina e 27 milhões na China, e que somam 74,0 milhões inexistem. Então, se descontar esse total do estoque mundial divulgado pelo mesmo USDA de 88 milhões, sobrariam apenas 14,0 milhões como um estoque mundial realista, e suficiente para apenas 14 dias do consumo”, explica o especialista no complexo soja e diretor do SIMConsult, Liones Severo,
O consumo diário mundial de soja, como relata Severo, cresceu em 2020 para mais de 1 milhão de toneladas da oleaginosa. Na China, maior consumidor da commodity, seu esmagamento semanal passa a ser de mais de 2 milhões de toneladas. Enquanto isso, se registram problemas nas atuais temporadas de Brasil, Argentina e Paraguai, que juntos somam, aproximadamente, 56% da oferta global de soja.
*Notícias Agrícolas
Foto: agronova