Após interromper a série de nove cortes consecutivos da taxa básica de juros em setembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) voltou a se reunir nesta semana e deve optar nesta quarta-feira (28) pela manutenção da Selic em 2% ao ano.
Caso as expectativas do mercado financeiro sejam confirmadas, os juros básicos da economia permanecerão no menor patamar da história até o próximo encontro do BC (Banco Central), marcado para os dias 8 e 9 de dezembro.
No período de cortes, a taxa básica de juros da economia brasileira desabou 4,5 pontos percentuais, de 6,5% ao ano para R$ 2% ao ano.
As reduções dos juros foram acentuadas após o mês de fevereiro com a intenção de conter os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia nacional.
Caso as expectativas sejam confirmadas e a Selic continue no patamar atual, a sinalização é de que os cortes foram suficientes para provocar os efeitos esperados na economia em meio à crise.
Ontem (27), os chefes de departamento do BC já apresentaram dados sobre a inflação, o nível de atividade econômica, finanças públicas, economia internacional, câmbio, reservas internacionais e mercado monetário.
Agora, participam da reunião os diretores e o presidente do BC. Após análise da perspectiva para a inflação e das alternativas para definir a Selic, os diretores e o presidente definem a nova taxa básica de juros.
Após a revelação da nova taxa básica, feita depois do fechamento do mercado financeiro, o BC divulga a ata da reunião na terça-feira da semana que vem (3), com as explicações mais detalhadas sobre o veredito.
Taxa de juros
Conhecida como taxa básica, a Selic representa os juros mais baixos a serem cobrados na economia e funciona como forma de piso para as demais taxas cobradas no mercado financeiro.
A taxa básica de juros é aquela que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos.
Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo.
Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Sempre que o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.