Terça-feira, 15 de Outubro de 2024
Telefone: (54) 3383.3400
Whatsapp: (54) 3383.3400
Curta nossa página no Facebook:
Clique para Ouvir
Tempo nublado
21°
16°
17°C
Espumoso/RS
Tempo nublado
No ar: Madrugadão Planetário
Ao Vivo: Madrugadão Planetário
Notícias

Demanda agressiva estimula altas de mais de 4% da soja na semana em Chicago

Demanda agressiva estimula altas de mais de 4% da soja na semana em Chicago
19.09.2020 09h49  /  Postado por: adrianolima

Os futuros da soja acumularam altas nas semana de mais de 4% entre as posições mais negociadas n e registram seis semanas consecutivas de avanço na Bolsa de Chicago. A posição janeiro passou de US$ 9,99 na última sexta-feira (11) para US$ 10,47 nesta sexta (18) e o março saltou de US$ 9,96 para US$ 10,38. O mercado foi rompendo todas as suas resistências e mudando também, ao longo dos dias, as análises gráficas para as cotações da oleaginosa.

“Agora, se rompermos os US$ 10,50, o mercado vai buscar os US$ 10,70”, explicou o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, que destaca não só o comportamento dos futuros da soja na CBOT, mas também o comportamento dos fundos investidores, os quais carregam uma posição recorde em contratos comprados que supera os 250 mil. “A cada dia eles adicionam novas posições, novos lotes”, completa.

O que vem alimentando esses números recordes e as altas consecutivas dos preços é a demanda intensa da China no mercado dos EUA. As importações chinesas de produtos norte-americanos superam em cerca de 200% os dados do mesmo período do ano passado. Somente nesta semana, mais de 1 milhão de toneladas de soja foram vendidas e mais parte com destino a nação asiática.

Mais vendas de grãos foram reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta sexta-feira (18). Foram 210 mil toneladas de milho e 132 mil toneladas de soja para a China. Mais 100 mil toneladas de farelo de soja foram compradas por ‘destinos não revelados’. As vendas todas que são feitas no mesmo dia, para o mesmo destino e com volumes igual ou superior a 100 mil toneladas devem sempre ser informadas ao departamento.

Na análise de Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest Commodities, a China ainda precisa comprar cerca de 8 milhões de toneladas de soja nos EUA até janeiro – com embarque até o mesmo mês diante de sua demanda muito forte. E a necessidade é bastante clara.

“O mercado fica sensível a isso, todo novo anúncio de venda dos EUA será compreendido como alta de preços até o mercado testar o nível de racionamento de demanda da China, que neste momento, com a atual margens nas carnes e a inflação de alimentos, vai muito longe ainda. E correndo por fora há o La Niña aqui para a América do Sul, que pega em cheio também a Argentina e há o Brasil muito vendido, o que não atrai os produtores para novas vendas. Acredito que o produtor só volta para a venda em novembro e, daqui até novembro, China comprando nos EUA é mercado em alta”, explica Araújo.

Ainda segundo analistas e consultores de mercado, os patamares mais altos nos vencimentos mais curtos em Chicago é um dos principais fatores que provam que há uma demanda muito forte pela soja norte-americana neste momento. E mais do que isso, que os produtores estão bastante reticentes em realizar novas vendas em volumes maiores.

Dessa forma, o mercado em Chicago exige monitoramento diário para que se entenda a continuidade dos movimentos dos fundos, da demanda no mercado americano e os impactos das preocupações com o clima no Brasil em seu início de plantio da safra 2020/21. Brasil e América do Sul. E todo esse quadro se torna ainda mais forte com o Brasil já tendo mais de 50% de sua nova temporada comprometida com a comercialização.

PRÊMIOS FORTES SÃO DESTAQUE DA SEMANA NO BRASIL

Todo este avanço da comercialização tem dado espaço para prêmios mais fortes no Brasil e este foi o destaque da semana no mercado nacional. Dados apurados pela Agrinvest mostram que para a nova safra os valores do lado dos vendedores, para posições entre fevereiro e agosto/21 variam de US$ 0,68 a US$ 1,02, e do lado dos compradores, de US$ 0,58 a US$ 0,95 por bushel acima dos valores praticados na Bolsa de Chicago. A força da demanda é tanta que até mesmo para a safra 2021/22 os valores são positivos.

Os negócios, porém, são pontuais agora no mercado brasileiro. Apesar dos preços recordes e bastante remuneradores, os produtores brasileiros estão focados no começo da semeadura da nova safra, principalmente diante da preocupação com a falta de chuvas. Os valores de referência para a soja disponível nos portos – que quase já não existe – se aproxima dos R$ 140,00, enquanto no interior há registros de até R$ 150,00.  Para a safra nova, nos portos, preços acima dos R$ 120,00.

As incertezas, segundo relatos de analistas e consultores de mercado o atual quadro afastou os produtores de novas vendas. Os modelos de previsão estendida já indicam o retorno das chuvas para o Brasil Central, mas os volumes mais mais expressivos devem acontecer apenas no final do mês, segundo as previsões mais recentes do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Comente essa notícia
Receba nosso informativo
diretamente em seu e-mail.
Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência, de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
CONCORDO