Renato Feder é escolhido como novo Ministro da Educação
BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro escolheu o atual secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, para comandar o Ministério da Educação (MEC). Após a saída de Abraham Weintraub da pasta, há duas semanas, Bolsonaro já havia cogitado nomear Feder, e chegou a recebê-lo no Palácio do Planalto para uma conversa, mas na época o escolhido foi Carlos Decotelli. Entretanto, a saída de Decotelli dias após a sua nomeação, por inconsistências em seu currículo, abriu espaço novamente para Feder. O convite foi confirmado ao GLOBO por um ministro do governo e fontes do MEC.
Bolsonaro vinha sendo aconselhado a adotar cautela na escolha do novo ministro da Educação para evitar “novos erros”. O presidente havia avisado a interlocutores do Palácio do Planalto que bateria o martelo sobre o novo titular da área até esta sexta. No início da semana, com a instabilidade de Decotelli, o GLOBO voltou a entrar em contato com Feder e sua assessoria, mas, na ocasião, a reportagem foi informada de que o secretário não se pronunciaria. Nos bastidores, a avaliação é a de que Feder havia se precipitado ao “falar demais”, dando várias entrevistas à imprensa, quando foi cotado inicialmente para a pasta.
Após o encontro com Bolsonaro, no dia 23 de junho, Feder disse ao GLOBO que o presidente relatou esperar que o MEC ofereça apoio a estados e municípios no uso de tecnologia para aulas remotas e na retomada de atividades presenciais. Bolsonaro teria enfatizado ainda a importância de uma melhor articulação sobre a aprovação do novo Fundeb, principal fundo de financiamento da educação, que precisa ser votado no Congresso.
Considerado um perfil técnico, Feder era um nome bem visto pelo Centrão antes mesmo da indicação de Decotelli. Mas sua proximidade com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), gerou resistências. Em 2016, Feder financiou a candidatura à prefeitura de Doria na capital paulista, doando R$ 120 mil à campanha do tucano.
Feder foi alvo de duas denúncias do Ministério Público sob acusação de sonegação fiscal de uma empresa da qual é sócio, a Multilaser, em um total de R$ 22 milhões. O secretário foi denunciado tanto pelo MP do Rio como pelo MP de São Paulo pois a Multilaser não teria recolhido os valores devidos de ICMS para os cofres públicos desses estados.
FONTE: O GLOBO