Mundo não tem estoque de soja e momento não é o melhor para vendas no Brasil
A safra 2019/20 de soja foi a que mais perdeu, em números absolutos, nos últimos anos, por conta de adversidades climáticas. Somente nos EUA, a quebra da produção foi de 25 milhões de toneladas. No Brasil, a situação mais grave foi no Rio Grande do Sul, onde as perdas estimadas chegam a até 10 milhões de toneladas.
Assim, o último número do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para a produção mundial de 341 milhões de toneladas não deverá ser alcançado, como explica Liones Severo, diretor do SIMConsult. O mesmo pode ser considerado para os estoques finais globais estimados pelo USDA em 102 milhões de toneladas.
“Esse número deverá ser, na verdade, de 19 milhões de toneladas, com 11 milhões estando nos EUA. Assim, nós não temos soja sobrando no mundo, pelo contrário”, diz Severo. O mundo, segundo o especialista, está sem estoque de soja e os preços tendem, inevitavelmente, a subir.
Enquanto isso, a demanda permanece firme. “E temos o privilégio da China ser o maior comprador”. Como explica Severo, a recomposição dos planteis de suínos da nação asiática – por conta da Peste Suína Africana – segue muito forte, além da produção forte de aves, com a segurança alimentar sendo item de primeira importância no país.
Da mesma forma, a importação de carnes deverá também seguir muito forte, com o Brasil sendo um dos principais fornecedores de soja. E isso se traduz, instantaneamente, em maior uso da oleaginosa internamente para atender o setor de rações.
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