Máscara de tecido: uma ajuda caseira no combate ao coronavírus
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a corrida pela fabricação e aquisição de máscaras só aumenta. Máscaras cirúrgicas e máscaras N95 estão escassas no mercado no mundo todo. Tendo esse cenário por base, o Ministério da Saúde passou a orientar o uso de máscaras de pano para quando as pessoas realmente precisarem sair de casa.
Devido à escassez no mercado, as máscaras cirúrgicas e N95 devem ser reservadas preferencialmente para pacientes com COVID-19 confirmada e para profissionais da saúde.
As pessoas em geral, porém, precisam se proteger. O Ministério da Saúde passou a recomendar, desde a quinta-feira, 2 de abril, que a população utilize máscaras quando precisar sair de casa. Nesse caso, são recomendadas as máscaras de pano, já que as demais devem ser utilizadas por profissionais de saúde e pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus.
Especialistas concordam que elas criam uma barreira física que segura a emissão de gotículas enquanto a pessoa fala, tosse ou simplesmente respira. Assim, a máscara de pano ajuda a reduzir a propagação viral de pessoas assintomáticas e auxilia na proteção de quem está ao seu redor. Quanto mais pessoas usarem corretamente, menos o vírus se espalha.
Contudo, a recomendação de uso não substitui a orientação de distanciamento físico e de lavar as mãos várias vezes ao dia. É uma recomendação a mais. A máscara de pano é apenas uma alternativa para reduzir o impacto de saídas extremamente necessárias.
Para formar uma barreira eficaz contra a emissão de gotículas, é importante que a máscara tenha pelo menos duas camadas de tecido.
Segundo o Ministério da Saúde, as máscaras caseiras podem ser feitas em tecido de algodão, tricoline, TNT ou outros tecidos, desde que utilizadas e higienizadas corretamente.
O importante é que a máscara seja feita nas medidas corretas cobrindo totalmente a boca e o nariz e que estejam bem ajustadas ao rosto com elásticos ou fitas atrás das orelhas ou na nuca, sem deixar espaços nas laterais.
No site do Ministério, existe um passo a passo para reutilizar camisetas. A Universidade Federal de Santa Catarina também ensina aqui.
Além desses, diversos modelos de máscaras estão disponíveis na internet. O Ministério da Saúde endossou a iniciativa #Masks4All (Máscaras para todos, em tradução livre), que apresenta modelos com diferentes níveis de complexidade, como você pode verificar no link.
Como usar e higienizar a máscara de tecido
A máscara caseira é uma solução paliativa que, para ter sua eficácia aumentada, precisa de alguns cuidados importantes:
- A máscara de tecido tem efetividade por até 2 horas de uso, devendo ser trocada depois desse período devido à umidade natural produzida pela própria respiração
- Use a máscara sempre que precisar sair de casa. Saia sempre com pelo menos uma reserva e leve uma sacola para guardar a máscara suja, quando precisar trocar
- A máscara é individual, não podendo ser compartilhada. O ideal é que cada membro da família tenha pelo menos duas para quando precisar sair
- Certifique-se de que não está entrando ar por frestas laterais, superiores ou inferiores; óculos ou até mesmo esparadrapo podem ajudar na fixação no nariz
- Chegando em casa, retire sapatos, lave bem as mãos e só então retire a máscara
- Remova a máscara pegando pelo elástico ou laço da parte traseira, evitando tocar na parte da frente – que pode estar contaminada
- Faça a imersão da máscara em recipiente com água potável e água sanitária (2,0 a 2,5%) por 30 minutos. A proporção de diluição a ser utilizada é de 1 parte de água sanitária para 50 partes de água (por exemplo: 10 ml de água sanitária para 500 ml de água potável)
- Lave a máscara usando água e sabão e faça o enxágue em água corrente
- Deixe secar bem. Em seguida, passe ferro quente e guarde em saco plástico limpo para a próxima utilização
- A máscara não pode ser utilizada úmida ou suja
- Se notar desgaste no tecido, descarte
- Antes de todos os procedimentos com a máscara – estender, recolher, passar, guardar, colocar – lave bem as mãos
Seguindo as orientações de distanciamento físico, higienização das mãos e uso desse tipo de máscaras quando houver necessidade de sair, protegemos a nós mesmos, as pessoas ao redor e os profissionais de saúde que estão na linha de frente dessa batalha.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fonte: Ministério da Saúde, Masks4all, UFSC
Foto: Carlos Poly/G1