Descaso e desinformação são as principais causas da não vacinação no RS, aponta pesquisa
Uma pesquisa encomendada pela Secretaria da Saúde (SES) aponta que o descaso e a desinformação de pais ou responsáveis por crianças de até seis anos são as principais causas da não vacinação no Rio Grande do Sul. A coleta de dados ocorreu entre 19 e 30 de setembro em 13 municípios gaúchos, onde foram entrevistadas 1.371 pessoas cujos filhos tinham, ao menos, uma dose do calendário básico em atraso. As cidades tiveram, em 2018, baixos índices de vacinação, que cobrissem todas as regiões do Estado e com diferentes tamanhos populacionais.
Os resultados foram divulgados nesta terça-feira (12/11) pela secretária Arita Bergmann, durante coletiva de imprensa, e servirão para balizar ações da pasta ainda neste ano.
No levantamento, 59% das pessoas apontaram motivos pessoais para a não vacinação, como esquecimento, medo de efeitos colaterais e falta de tempo, revelando descaso ou mesmo desinformação. Questões da saúde da criança, como contraindicação médica e alergia ao ovo, somaram 31% dos motivos citados. Problemas nas unidades básicas de saúde, como horário de atendimento, localização do posto ou falta de vacina, também foram citados por 30% das pessoas.
A reportagem é de Eduardo Leães, da Rádio Agert.
Mesmo que por algum motivo não tenham vacinado as crianças, mais de 96% disseram acreditar na imunização e a consideram importante. Apenas 4% responderam não acreditar na eficácia das doses. A influência das notícias falsas também foi analisada e 31% disseram já ter lido ou ouvido informações antivacina na internet. Porém, mais de 84% desses afirmaram não ter acreditado nos relatos e notícias, mostrando confiança na vacinação.
O presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde, Diego Espíndola, disse os municípios estão fazendo para aumentar os índices de vacinação no Estado.
A reportagem é de Eduardo Leães, da Rádio Agert.
Estudo orientará ações da secretaria
Os dados serão utilizados para futuras intervenções, com o objetivo de melhorar as coberturas vacinais. Algumas das ações a serem realizadas pela SES:
– Direcionar as campanhas para alertar sobre os riscos da não vacinação e importância das vacinações em massa para a erradicação de doenças;
– Investir em mecanismos para tirar dúvidas da população, com uso de canais como a Ouvidoria, sites de redes sociais e aplicativos de troca de mensagens;
– Parceria com municípios, por intermédio do Cosems e Famurs, para implementar ações conjuntas com clubes de serviço, conselhos municipais de saúde, secretarias municipais e gestores públicos;
– Fazer uma busca ativa junto aos pais ou responsáveis por crianças para ampliar a cobertura vacinal usando escolas, creches e até informações dos postos de saúde;
– Capacitar os servidores de saúde dos municípios;
– Manutenção do curso Qualificação em imunizações, realizado na Escola de Saúde Pública;
– Premiar os municípios que registrarem os melhores indicadores de cobertura vacinal;
Vacinas em atraso
Em 90% dos casos, os entrevistados apontaram uma das cinco vacinas abaixo como em falta na caderneta das crianças (poderia ser respondida mais de uma vacina):
– Gripe (influenza, 1 dose dos 6 meses a menores de 6 anos) – 38,1%
– Febre amarela (aos 9 meses) – 18,5%
– Varicela (4 anos) – 12,3%
– Sarampo, caxumba, rubéola e varicela ou catapora (tetraviral aos 15 meses) – 11,2%
– Sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral aos 12 meses) – 8,9%
Fonte e foto: Ascom Secretaria da Saúde