Projeto em Santo Ângelo busca inserir mulheres no mercado de trabalho
Uma iniciativa desenvolvida pela Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (CMM) de Santo Ângelo, nas Missões, prevê ampliar as possibilidades de emprego e renda para o público feminino da cidade. O objetivo do projeto “Mulheres na construção civil: construindo autonomia” é introduzir e capacitar em uma área com mão de obra deficitária e levar qualidade nos processos dos serviços, como acabamentos.
A diretora da CMM, Simone Lunkes, justifica que a demanda foi identificada na Coordenadora em atendimentos a mulheres que sofrem violência doméstica e problemas financeiros e que não têm qualificação para se inserir no mercado. Somente nos primeiros cinco meses do ano, a CMM fez 116 atendimentos psicológicos, 13 jurídicos e 39 vistas domiciliares e acompanha mais de 200 medidas protetivas.
Conforme a coordenadora, a escolha pela construção civil deve-se por ser um setor com demanda sempre em ascensão, além de ser carente de um olhar detalhista. As atividades serão custeadas por meio de emenda parlamentar no valor de R$ 100 mil. Nos próximos dias, deve ser divulgado o edital para as interessadas em participar do curso, sendo que um dos critérios é ter acima de 18 anos. Haverá, inicialmente, 40 vagas, para 200 horas teóricas mais atividades práticas. Estão previstas parcerias com construtoras e universidades.
Maria Francisca Pinto Lenz, 49, atua há 11 anos na construção civil e indica a atividade para outras mulheres, por ser uma área com demanda e boa rentabilidade. Ela realiza junto com o marido reformas residenciais. “Toda a parte de acabamentos e colocação de revestimentos é de minha responsabilidade”, destaca. A trabalhadora conta que produzia roupas de couro, porém a demanda sazonal a fez migrar para a construção. O secretário da Indústria e Comércio de Santo Ângelo, João Baptista Santos da Silva, revela que nos primeiros meses deste ano o município teve um saldo positivo de 294 admissões. Ele estima, porém, que 8% da mão de obra disponível na cidade esteja desempregada e avalia que é um percentual baixo quando comparado a outros municípios em nível estadual e nacional.
Fonte: Correio do Povo
Foto: Felipe Dorneles / Especial / CP