Feira em Não-Me-Toque é uma das maiores no agronegócio do Brasil
Lançada ontem, a 20ª edição da Expodireto Cotrijal, de Não-Me-Toque, começa no dia 11 de março com a expectativa de comercializar R$ 500 milhões a mais do que na edição passada, alcançando R$ 2,7 bilhões em negócios. O otimismo de Nei César Mânica, presidente da Cotrijal, que organiza o evento, independe da ampliação dos recursos do Moderfrota em mais R$ 3 bilhões, como vem pleiteando o setor, já que outros fatores positivos influenciando novas aquisições. O recurso extra, porém, seria uma garantia a mais para alcançar a cifra recorde. Os R$ 8,9 bilhões liberados pelo governo dentro do Moderfrota com juros entre 7,5% e 9,5% já estão perto do acabar. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) projeta que até o final de março pode não haver mais dinheiro suficiente disponível nesta linha de financiamento, e, por isso, diferentes entidades devem se reunir com o Ministério da Agricultura na próxima semana. Mânica ressalta, no entanto, que o conjunto de bancos presentes no evento estará ofertando um total de mais de R$ 4 bilhões em crédito. O presidente da Cotrijal, que investiu cerca de R$ 8 milhões na feira, avalia que independentemente da ampliação dos recursos, e mesmo com a crise vivida pelo setor de arroz e leite no Estado, a edição de 20 anos da feira promete números elevados. Como a produção de milho foi bem neste ano e o produtor de soja, em boa parte, está capitalizado, ele avalia que muitos aproveitarão para renovar o maquinário após as incertezas dos últimos dois anos, com a crise brasileira e cenário político complicado represando investimentos. Agora, empresas e produtores estão tirando projetos da gaveta e substituindo equipamentos.
O presidente da Cotrijal avalia ainda que, com a sinalização do governo federal de que poderá deixar de adotar os juros fixos e mudar para juros flutuantes, a recomendação é para que compras necessárias sejam feitas agora.
O presidente da cooperativa espera que o governo federal faça um anúncio durante a Expodireto sobre o assunto, acalmando o setor e dando segurança sobre o futuro. “O governo sinalizou que sabe a importância do setor, fundamental para o equilíbrio da balança comercial. Em vez de reduzir recursos, tem que incentivar, como fazem os países desenvolvidos. Não é um benefício, é uma necessidade”, defenda Mânica. Para a abertura da feira, no dia 11 de março, os organizadores esperam contar com a presença da ministra da Agricultura, Theresa Cristina, e do vice-presidente Hamilton Mourão. O governador Eduardo Leite prometeu que dará apoio ao setor melhorando a infraestrutura gaúcha por meio de Parcerias Público-Privadas e concessões de estradas. “No primeiro semestre devemos ter os primeiros editais de concessões rodoviárias. Estamos identificando estradas estaduais e federais que possam receber investimentos privados, em interação com o Ministério de Infraestrutura”, afirma Leite, que prometeu anunciar em breve investimentos na ERS-142, importante rota de escoamento da safra no Norte do Estado.
Ouça o depoimento de Nei César Mânica:
Fonte: Jornal do Comércio/Adaptações: Luzia Camargo – Rádio Planetário