Agricultura e Polícia Civil apreendem mais de 450 toneladas de sementes de soja piratas
A Operação Bijuteria, deflagrada nesta quinta-feira (6) pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Polícia Civil, cumpriu 14 mandados de busca e apreensão, encontrando mais de 450 toneladas de sementes de soja com suspeita de pirataria. A ação ocorreu nos municípios de Santa Bárbara do Sul, Carazinho e Almirante Tamandaré do Sul e é a maior operação já realizada no Rio Grande Sul no que diz respeito ao comércio de sementes de soja piratas.
“Considerando o preço base, as sementes apreendidas representam mais de R$ 1,5 milhão. Algumas dessas sementes estavam sendo ofertadas como sementes originais, de custo ainda maior”, explica Rita Antochevis, chefe adjunta da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários da Seapdr.
Durante a operação, fiscais da Secretaria da Agricultura também constataram outras irregularidades no uso e armazenamento de agrotóxicos em propriedades rurais, além de crimes ambientais de queima e outras destinações incorretas de embalagens vazias de agrotóxicos. As equipes também identificaram que algumas das propriedades investigadas estavam utilizando agrotóxicos proibidos no Brasil.
Amostras das sementes apreendidas foram encaminhadas para análise e os investigados foram autuados pela Secretaria. No âmbito criminal, os suspeitos estão sendo investigados por organização criminosa e estelionato. Os indícios de contrabando identificados serão encaminhados à Polícia Federal.
“Destaco, ainda, o empenho dos fiscais agropecuários da Secretaria, que estiveram reunidos desde 7 da manhã com as equipes do ministério e da Polícia Civil, sendo que alguns colegas tiveram que se deslocar 250 quilômetros para participar da operação. Conseguimos contar com nove fiscais na ponta”, ressalta Rita.
Perigos da semente pirata
As investigações tiveram início em junho deste ano, após policiais da Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) de Bagé e fiscais federais e estaduais agropecuários receberem a denúncia de que indivíduos dos municípios de Santa Bárbara do Sul e Almirante Tamandaré do Sul estariam vendendo, em larga escala, sementes de soja piratas (produtos de baixa qualidade e custo menor) como se fossem sementes certificadas. As sementes de soja certificadas apresentam, em razão de sua qualidade, valor de mercado mais elevado e possuem nomes (variedades) reconhecidos, tanto pelos órgãos de fiscalização como pelos produtores de soja.
A investigação aponta que os suspeitos, em comunhão de esforços, burlavam o caminho legal para a produção e venda de sementes certificadas, entregando aos produtores sementes de baixa qualidade e que, consequentemente, representavam elevados prejuízos para as vítimas.
Os perigos da utilização de sementes piratas para o agronegócio gaúcho já foi tema de reportagem da Seapdr: Uso de sementes piratas abre porteira para novas ameaças às lavouras gaúchas.
FONTE: ASCOM SEC AGRICULTURA