Começa hoje reunião do Copom que pode baixar a taxa Selic a 2%
A expectativa para a taxa básica de juros, a Selic, é que seja reduzida de 2,25% para 2% ao ano, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), que começa nesta terça-feira (4) e termina com anúncio do novo índice na quarta-feira (5). Com isso, será o nono corte consecutivo da taxa, que chega ao menor nível da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.
“Depois dessa redução, a tendência é que fique neste patamar até o final do ano, a taxa mais baixa da história”, afirma o professor de mercado de capitais Estevão Garcia, da Fipecafi.
Ele explica que, como a inflação está quase metade da expectativa, o mercado não está reagindo conforme o esperado. “O próprio Banco Central vai tirar 0,25 para tentar incentivar um pouco mais a questão do consumo”, avalia Garcia.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
“Mas temos que ficar bem atentos em relação à inflação, porque a gente está abaixo do desvio padrão que vai de 2,5% a 5,5%. Então, tem que ver se ele volta ao centro da meta, que é 4%”, explica o professor da Fipecafi.
A taxa de juros Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia).
Para o final de 2021, a previsão é que a Selic esteja em 3% ao ano. No ano seguinte, a previsão é que a taxa chegue a 5% ao ano, e ao final de 2023, a 6% ao ano. Essas expectativas estão no boletim Focus, publicação divulgada semanalmente pelo Banco Central, com estimativas para os principais indicadores econômicos.
O Copom é formado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, e diretores, que definem, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia.
*Rádio Guaíba