Juiz apontou que Sandro Fantinel (PL) cometeu “discriminação múltipla em razão da procedência nacional, da raça e da religião”. Caso aconteceu em 2023, quando parlamentar pediu que produtores da região “não contratem mais aquela gente lá de cima”, se referindo a trabalhadores vindos da Bahia.
Em seu discurso, o parlamentar pediu que os produtores da região “não contratem mais aquela gente lá de cima”, se referindo a trabalhadores vindos da Bahia. Fantinel sugeriu ainda que fosse dada preferência a empregados vindos da Argentina, que, segundo ele, seriam “limpos, trabalhadores e corretos”. O vereador ainda afirmou que “os baianos, a única cultura que têm é viver na praia tocando tambor”.
Ao g1, a defesa de Fantinel disse que irá recorrer às instâncias superiores dentro do prazo legal.
A ação foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que argumentou que o vereador “teria gerado humilhação, constrangimento e vergonha ao povo nordestino”. Além da discriminação regional, o juiz do caso entendeu que houve “discriminação de religião e raça ao falar que ‘a única cultura que eles tem é viver na praia tocando tambor'”, já que “tambor é um símbolo da diáspora negra no Brasil e tem papel sagrado no exercício de religiões de matriz africana”.
Além dessa ação penal, o vereador também responde à uma ação civil pública. A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul chegou a instaurar um processo de cassação do mandato, mas a ação foi rejeitada pelos parlamentares. Após o discurso, Fantinel foi expulso de seu partido à época, o Patriota. Atualmente, ele é filiado ao PL.
G1