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Vereador de Salto do Jacuí ameaça frei filiado ao PT durante discurso em plenário

Foto: Reprodução/Câmara Municipal de Vereadores de Salto do Jacuí.

Um vereador de Salto do Jacuí, município de 12,5 mil habitantes na Região Central do Rio Grande do Sul, fez ameaças a um religioso ligado a movimentos sociais durante discurso no plenário da Câmara Municipal no dia 7 de novembro. Sérgio Carvalho (PP) menciona Frei Sérgio Görgen, que foi candidato a deputado estadual pelo PT, dizendo que o franciscano “não merece viver”.

A reportagem ligou diversas vezes para o vereador, que não atendeu as ligações. No discurso, Carvalho cita um vídeo em que Görgen defenderia invasões de terra e violência no campo. Já o religioso afirma que fez uma defesa da reforma agrária no vídeo.

“Eu quero deixar pro pessoal do agronegócio que têm o meu total apoio, se precisar ‘dum’ cara pra fazer a cabeça desse padre eu tô disponível. Seu Dudu, se precisar de mim, me arruma uma ’12’. Eu quero só ‘baletão’. Porque um cara desse não merece viver”, disse Carvalho em plenário.

O frade franciscano registrou, na segunda-feira (14), um boletim de ocorrência na Delegacia Virtual da Polícia Civil. A linha de investigação é definida pela polícia após recebimento da ocorrência e distribuição para a delegacia responsável.

Para a reportagem, Görgen disse que não poderia deixar o caso passar sem tomar alguma providência.

“Fiquei preocupado. Ser ameaçado de morte não é uma coisa simples. Fiquei uma noite sem dormir”, afirmou.
Ligado a movimentos sociais e filiado ao PT, Frei Sérgio Görgen recebeu 26.858 votos na disputa para deputado estadual, figurando como suplente do partido na próxima formação da Assembleia Legislativa. O religioso foi um dos feridos de um confronto entre a Brigada Militar e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) em Salto Jacuí, no ano de 1989.

O presidente da Câmara de Salto do Jacuí, vereador Sandro Drum (MDB), afirma que o caso será analisado pelo departamento jurídico do Legislativo.

“Conversei com a presidente da Ouvidoria, passei o caso para ela e, dentro do regramento, tem o prazo de 15 dias para se manifestar e comunicar a Mesa da Presidência quais as medidas a serem tomadas”, diz.

Segundo Drum, Carvalho alegou que teria imunidade parlamentar. No entanto, o presidente da Câmara discorda do posicionamento do colega.

“Comentei com o vereador, e ele falou que tem imunidade parlamentar. Mas o Artigo 17 da Lei Orgânica dá a imunidade parlamentar até um limite. Pode cobrar, dentro da humanidade, mas no caso dele, ele falou que ‘faria o serviço’. Então, passou da barreira do limite da imunidade parlamentar”, considera.

*G1RS
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