PF apreende R$ 1,3 milhão em casa de suspeito de fraude na Codevasf
A Polícia Federal apreendeu, nesta quarta-feira (20), R$ 1,3 milhão em dinheiro durante operação para desarticular uma associação criminosa que promovia fraudes licitatórias, desvios de recursos públicos e lavagem de dinheiro que envolvia verbas federais da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). A companhia é uma empresa pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
O dinheiro foi apreendido na casa do suspeito que foi preso temporariamente. Além desse mandado de prisão, outros 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. A PF também apreendeu artigos de luxo, como bolsas e relógios.
A operação, chamada de Odoacro, ocorreu nas cidades de São Luís, Dom Pedro, Codó, Santo Antônio dos Lopes e Barreirinhas, no Maranhão. A associação criminosa, segundo a PF, é liderada por um homem com o apelido de “Imperador”, o que serviu de inspiração para o nome da operação (em referência ao sobrenome do soldado que chefiou a revolta que deu fim ao Império Romano).
Um dos alvos da operação é a construtora Construservice, que possui diversos contratos milionários com a Codevasf, conforme mostra o Portal da Transparência. A reportagem tentou contato com a empresa, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
Segundo a PF, foi verificada a existência de um esquema de desvio de recursos públicos de procedimentos licitatórios fraudados, além de um esquema de lavagem de dinheiro. A PF afirma que as diligências identificaram que a atuação do grupo repete condutas encontradas pela Polícia Civil em 2015, “inclusive com as mesmas pessoas interpostas e empresas de fachada”.
A operação em questão, citada pela Polícia Federal, se chamava “Operação Imperador” e identificou uma associação que desviava recursos públicos do município de Dom Pedro. Na época, a ex-prefeita da cidade Maria Arlene Barros foi presa, assim como seu filho, Eduardo Costa Barros, que tem na região o apelido de “Imperador”. A polícia investigava gestores suspeitos de agiotagem para fraudar licitações na cidade.
“Após a referida operação policial, notou-se que o esquema criminoso não recuou. Ao contrário, acabou crescendo exponencialmente nos anos posteriores, alterando apenas a origem da verba desviada — que passou a ser federal. Descobriu-se que são constituídas pessoas jurídicas de fachada, pertencentes formalmente a pessoas interpostas, e faticamente ao líder dessa associação criminosa, para competir entre si, com o fim de sempre se sagrar vencedora das licitações a empresa principal do grupo, a qual possui vultosos contratos com a Codevasf”, informou a PF.
Conforme a corporação, o líder do grupo põe suas empresas e bens em nome de terceiros, possui contas bancárias com CPFs falsos e usa isso para cometer fraudes e dificultar a atuação dos órgãos de controle.
R7