Com a greve dos servidores administrativos e dos médicos do INSS perícias superam 60 dias
Quem precisa passar por perícia médica do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem enfrentado espera de mais de dois meses. Com a greve dos servidores da administração e dos peritos médicos do instituto, que completou 43 dias, a fila de agendamentos já supera 1 milhão.
Antes da paralisação dos funcionários, a fila para atendimento chegava a 700 mil. A professora Luciana Dofanelli Scaccabarozzi é uma das pessoas que estão precisando da liberação do benefício, mas não conseguiu ser atendida ainda. Um mês após ter agendado a primeira perícia para o irmão, internado numa clínica psiquiátrica, ela viajou 200 km de São Paulo a Santa Bárbara d´Oeste para ser atendida na agência da cidade.
Ao chegar, foi informada de que o perito havia aderido à greve, embora tivesse ligado um dia antes para confirmar. Luciana teve que reagendar a perícia, mas agora só será atendida em 7 de julho.
“Tem toda uma situação de deslocamento e gastos com pedágio e combustível, para chegar ao local e ter essa informação. O INSS podia ter avisado. Fui com todos os documentos necessários, porém não tinha perito”, afirma Luciana. Além disso, a gente terá que arcar com as contas do meu irmão durante esse período até ele conseguir o auxílio-doença.”
A perícia é obrigatória para o segurado receber benefícios que dependem de avaliação médica. Entre eles, estão o auxílio-acidente, auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), aposentadoria por incapacidade permanente (aposentadoria por invalidez), além do BPC (Benefício de Prestação Continuada), aposentadoria da pessoa com deficiência e aposentadoria especial.
A ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos) afirma que mantém 30% dos 3.500 médicos peritos em atendimento nas agências. Eles reivindicam, assim como os trabalhadores administrativos, reajuste de 19,9% para repor as perdas inflacionárias, além de abertura de concurso público e melhora na carreira.
Fonte: Rádio Guaíba