Guedes afirma: “É mais fácil erradicar a pobreza do que baratear gasolina”
O ministro da Economia, Paulo Guedes, se posicionou, nesta terça-feira, contra a criação de um fundo para amortizar as elevações de preços dos combustíveis e, como alternativa, apostou em propostas de redução de impostos, não só os do governo federal. O movimento para diminuir os valores cobrados nas bombas, para Guedes, é complexo. “É muito mais fácil erradicar a pobreza do que baratear a gasolina”, disse.
A fala ocorreu durante participação virtual do ministro na Latin America Investment Conference, organizada pelo Credit Suisse. O chefe da Economia argumentou que a arrecadação federal subiu mais de R$ 300 bilhões e que um terço disso se refere a recolhimento permanente. Só em relação ao diesel, o montante acumulado fica, segundo ele, entre R$ 17 bilhões e R$ 18 bilhões ao ano.
“Poderíamos reduzir isso”, sugeriu Guedes, afirmando que o governo estuda uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para autorizar os estados a reduzirem tributos “para o Brasil girar melhor sobre o diesel”. O corte de imposto sobre o diesel, beneficiando o setor de transporte, pode fazer com que o governo federal desembolse R$ 20 bilhões ao ano. Por isso, o ministro destacou que o tema é tratado com moderação.
Já as margens para uma redução da gasolina seguem longe do horizonte. Guedes disse ser contra a criação de um fundo amortizador, que, pelos cálculos do economista, podem custar até R$ 130 bilhões. “Isso é três vezes o valor do Bolsa Família. Tem muita gente circulando com ideias insensatas”, disse, acrescentando que “mais de 80% dos fundos criados em outros países deram errado”.
O ministro levantou a possibilidade de realizar ajustes do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para auxiliar o consumo. De forma geral, para ele, a maneira de ajudar na redução geral do preço dos combustíveis depende da redução de impostos, que pode ser melhor pensada por meio da Reforma Tributária, com potencial de redução na inflação.
Fonte: Rádio Guaíba