Cotriel presente em Audiência Pública em Espumoso que debateu perdas causadas pela estiagem
Na manhã desta quarta-feira, 12 na Casa da Cultura de Espumoso, agricultores, entidades públicas, prefeitos, vereadores, federações como a Fetag e Fetraf Sul, cooperativas, deputados e senadores debateram medidas que podem ser tomadas diante do cenário de estiagem em Espumoso. O evento foi promovido pelos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, de Espumoso, Jacuizinho e Alto Alegre com apoio da Cotriel, Prefeitura Municipal, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, Emater, Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente e Sindicato Rural de Espumoso.
Não são registradas chuvas expressivas há quase 90 dias no município e quando a precipitação ocorre não atinge a região por igual. A partir dos dados fornecidos pela Cotriel e cerealistas, foi apurada uma quebra de 60% nas lavouras de soja, 90% na cultura do milho e 30% na produtividade do leite, em Espumoso. Cerca de 30% das lavouras de soja na região de Espumoso não foram plantadas e outras questões como o endividamento do produtor também preocupam. O prejuízo total no município chega a cerca de R$ 340 milhões.
Evento teve manifestações que chamaram a atenção e falas de autoridades
Na abertura, as Instituições Financeiras como Banco do Brasil, Banrisul, Sicredi, Sicoob e Bradesco relataram acerca do número de contratos e valor de crédito liberado aos agricultores. Logo após, as cooperativas sobre o total de áreas plantadas e germinadas; área a ser plantada e situação das lavouras, com expectativa de produção, total de soja comprometido em lotes e troca-troca e valores financiados pelas Cooperativas.
Em sua fala, o presidente da Cotriel, Leocezar Nicolini revelou que em suas 15 unidades, que atingem 28 municípios, com 7200 associados e uma área de 160 mil hectares de soja e 30 mil de outras culturas, a quebra no milho é de 90% e da soja, considerando as chuvas regulares daqui para a frente já é de 53%. Quanto ao plantio de soja na região de Espumoso, Alto Alegre e Campos Borges cerca de 18% não foi plantada e 20% está para germinar, representando uma perda total de R$ 800 milhões em toda a área de abrangência da Cooperativa. Ainda foram liberados para o associado cerca de R$ 100 milhões que foram destinados para complemento de fertilizantes e insumos: “Estamos aqui unidos e ao lado do nosso associado e neste momento tão difícil, a Cotriel vai estar mais focada e ao lado do seu sócio. Também estamos preocupados com o produtor de leite, que está quase sem silagem e tem uma quebra de produtividade de 40%, com aumento de custos para produzir o leite”, afirmou. A cooperativa se fez presentes com gerentes de Unidades, técnicos e agrônomos e demais colaboradores como dos setores de marketing e comunicação.
Logo após, a Emater apresentou números acerca da situação das lavouras e valor das perdas no Município, Região e Estado. E as entidades do Campo como Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e Sindicato Rural também se manifestaram pedindo que haja uma repactuação das dívidas, que é diferente da pauta estrutural, que pediu perfuração de mais poços artesianos no interior.
No quesito político, falaram o senador Luis Carlos Heinze – PP/RS, os federais Dionilso Marcon e Elvino Bohn Gás, PT estaduais Clair Kuhn, MDB e Jeferson Fernandes, do PT, os quais foram cobrados para que façam intervenções em seus entes referentes à uma resposta à estiagem que dizimou as lavouras de soja e milho e prejudicou a produção de leite na região. Ao final da manhã, Lideranças e Agricultores entregaram uma pauta de reivindicações à Agência do Banco do Brasil em Espumoso, realizando um ato solene em frente à instituição.
O documento tem o seguinte conteúdo:
PAUTA DE REIVINDICAÇÃO:
PAUTA EMERGENCIAL:
Suspensão imediata de todos as dívidas dos agricultores contraídas junto as instituições financeiras, e cooperativas, cerealistas e empresa de máquinas e insumos agrícolas por um período de 180 dias.
2-PROGRAMA DE AUXÍLIO EMERGENCIAL ALIMENTAR :
Criação do Auxílio Emergencial de um salário mínimo por seis meses como Programa de Garantia de renda e subsistência para famílias de agricultores familiares e camponesas que tiveram percas com a estiagem e não acessaram o crédito rural.
CRÉDITO EMERGENCIAL PRODUTIVO :
Disponibilidade de um crédito emergencial na modalidade custeio com prazo de 4 anos com juro zero e limite de R$ 20 mil reais por família ;
Bônus de adimplência de 25% no valor pago de cada parcela.
4. POLITICA EMERGÊNCIA GARANTIA PRODUÇÃO DO LEITE:
a) Aumento da Tarifa Externa Comum- TEC, de 25% na importação do leite.
b) Aquisição de leite nos programas institucionais e estoques reguladores.
b) Fiscalização na importação do leite do Mercosul com triângulação com países Europeus.
5- GARANTIA ABASTECIMENTO MILHO VIA CONAB:
Destinar via Conab três milhões de toneladas de milho pra região Sul aos agricultores familiares garantindo alimentação aos animais, subsidio de 40% no valor, com até 10 toneladas de milho por produtor.
GARANTIA NO ABASTECIMENTO DE ÁGUA:
Criação de programa de construção de 10.000 cisternas com capacidade de até 300 mil litros para captação, tratamento, armazenamento e distribuição de água nas propriedades:
Enquadramento até 200 mil de renda bruta por família;
Financiamento de R$ 25 mil reais por família de agricultor com prazo de 5 anos para pagamento e juro 0%;
Financiamento de até R$ 125,000 por grupo de agricultores para projetos coletivos com prazo de 5 anos para pagamento e juro 0%;
Rebate de 20% de adimplência no valor de cada parcela.
7- PACTUAÇÃO DAS DÍVIDAS DOS AGRICULTORES:
– Pactuação de todas a dívidas dos agricultores familiares que devem que devem para cerealistas, cooperativas, bancos, com 95% de subsídios. 2 anos de carência e mais 8 anos para pagar o restante.
– Zoneamento agrícola.
8- PROGRAMA DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL:
a) Criar um programa piloto de construção de cisternas nos três estados do Sul e disponibilizar crédito subsidiado para a construção, ou seja, implementar tecnologias sociais de captação e armazenamento de água da chuva para a produção agropecuária em propriedades de agricultores familiares.
b) Criar um programa de proteção e preservação de fontes, das nascentes e rios.
Compensação ambiental.
c) Disponibilizar recursos financeiros e incentivar a implementação de projetos de irrigação, facilitando o acesso e viabilizando esta prática aos agricultores familiares para aumentar a produtividade e a renda, estimulando, também, o crescimento da renda pública.
9- Sanção presidencial imediata da Lei Assis Carvalho II nº 823/2021.
10- DO GOVERNO DO ESTADO DO RS.
Anistia do Troca-Troca, safra 2021/2022.
Expansão das redes de água no interior.
Utilização dos 220 milhões do Avançar Agricultura para as medidas emergências.
Programa de Irrigação permanente como política pública do estado
Cartão Estiagem no valor de R$500,00 por família por 6 meses
Fonte: Setor de comunicação da Cotriel
Fotos: Julia Mallmann Tatsch/ Luciano Zanon/ Marcelo Orsolin