Deportação de haitianos agrava crise migratória e intensifica críticas a Biden
A crise dos imigrantes haitianos no Texas seguiu ontem arranhando a imagem do presidente Joe Biden. O enviado especial dos EUA ao Haiti, Daniel Foote, entregou o cargo em uma carta endereçada ao secretário de Estado, Antony Blinken. Na mensagem, ele afirma não querer ser associado à decisão do governo de deportar em massa os refugiados de maneira “desumana” e “contraproducente”.
“Não vou me associar à decisão desumana e contraproducente de deportar milhares de refugiados para o Haiti, um país onde as autoridades americanas estão confinadas a complexos seguros por causa de gangues armadas. Nossa abordagem permanece errada, minhas recomendações foram ignoradas e rejeitadas, quando não editadas para projetar uma narrativa diferente da minha”, escreveu Foote.
Esta semana, o governo americano intensificou a deportação de haitianos que chegam em busca de asilo. No fim da semana passada, autoridades estimavam que mais de 10 mil imigrantes tenham cruzado a fronteira no trecho do Rio Grande que separa as cidades de Del Rio, no Texas, e Ciudad Acuña, no Estado mexicano de Coahuila. Mais de 29 mil haitianos chegaram aos EUA nos últimos 11 meses, segundo dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras americana (CPB, na sigla em inglês).