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Economia Preço dos alimentos deve baixar com alta dos juros por causa do freio da inflação

Economia Preço dos alimentos deve baixar com alta dos juros por causa do freio da inflação
23.09.2021 07h26  /  Postado por: Luzia Camargo

Com a elevação da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, para 6,25%, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), utilizou um mecanismo de freio da inflação. A medida, num primeiro momento, pode reduzir o preço dos alimentos, como arroz e feijão, e dos combustíveis.

De acordo com o professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pedro Raffy Vartanian, o motivo fundamental para esse aumento é o comportamento dos preços, que são afetados pela alta da inflação.

De forma simplificada, o custo mais alto do dinheiro e do crediário faz com que a população contenha seus gastos, reduzindo a demanda. O que provoca uma retração na economia, com redução nos preços dos produtos e serviços, fazendo a inflação cair.

Em um cenário de inflação alta, o Copom pode elevar a Selic para desestimular o consumo. Mas a medida pode aumentar os juros do cartão de crédito, empréstimos e cheques. A estratégia busca levar o consumidor a adiar uma compra e, assim, controlar a inflação.

Derrubar a inflação, que é o objetivo do Banco Central ao aumentar a taxa Selic, é positivo para a grande parte da população em geral, explica César Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal.

“Isso preserva o poder de compra da população. Ou seja, a inflação caindo possibilita que eu vá a um supermercado em um mês e compre a mesma quantidade de produtos que comprei no mês anterior com o mesmo dinheiro. Se a taxa Selic sobe, há uma propensão da população de poupar ou investir o dinheiro, o que reduz o dinheiro em circulação”, afirma Bergo.

Outro impacto é explicado pelo professor Vartanian. Ele lembra de como o anúncio do Copom afeta os empréstimos. “Ocorre um aumento nas taxas das operações de crédito, como cheque especial e cartão de crédito. Isso significa que a compra financiada de uma geladeira, ou um carro, por exemplo, fica mais cara. Do ponto de vista dos investimentos, há um aumento da remuneração da poupança, dos CDBs, títulos públicos e outras aplicações de renda fixa”, avalia Vartanian.

Em uma situação prática: quem vai ao banco simular um empréstimo para comprar um carro poderá ver o plano falhar se a Selic subir no mês seguinte. Isso porque o aumento da taxa fará com que as prestações fiquem mais caras do que foi originalmente simulado, forçando o consumidor a repensar o empréstimo e a compra.

O que é

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e o principal instrumento de política monetária do Banco Central no controle da inflação. Por influenciar todas as taxas de juros do País, a Selic pode ter um peso no bolso do consumidor quando se trata de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.

Fonte: Correio do Povo
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