Startup desenvolve solução que combate carrapato com aplicação específica para o mercado gaúcho
O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores de rebanho bovino do Brasil. O estado registrou uma produção de mais de 13 milhões de cabeças, em média, no triênio 2016-2018, de acordo com o IBGE. Os criadores da região, entretanto, enfrentam um problema sanitário recorrente entre os animais: a infestação de carrapatos. Acompanhando de perto essa dificuldade do produtor gaúcho, a Decoy Smart Control, desenvolvedora de soluções biológicas para controle de pragas, criou um produto com aplicação específica para o combate da praga no estado: o Decoy RS.
Principal parasita da pecuária gaúcha, a praga é transmissora da Tristeza Parasitária Bovina e causa a morte de ao menos 100 mil bovinos por ano. Além disso, o carrapato prejudica a produtividade de carne e leite, causa problemas e diminui a fertilidade por excesso de produtos químicos para controle e aumenta a taxa de aborto”, explica Lucas von Zuben, biólogo e CEO da Decoy, em entrevista à nossa reportagem.
A solução que a Decoy desenvolveu tem como princípio ativo esporos de fungos, inimigos naturais da praga. Quando aplicada no gado por meio de bomba costal, banheiro de aspersão ou banheiro de imersão – o último específico para o RS -, entram em contato com o parasita, germinam e literalmente digerem os carrapatos, levando-os à morte, pontua von Zuben.
Por meio de um tratamento estratégico e natural, o produto apresenta inúmeras vantagens: não possui toxicidade, portanto, não prejudica o desempenho reprodutivo e zootécnico do animal e não gera a contaminação do leite e da carne; não incentiva a resistência dos carrapatos, por ser uma solução biológica; e é seguro para todos os envolvidos, uma vez que não causa alergias, irritabilidade ou intoxicação, já que o fungo é específico para ácaros. Devido à aceitação dos produtores de gado de corte da região e o processo de resistência do carrapato no sul do país, o estado se tornou estratégico para as operações da Decoy. “Nas fazendas do centro-sul do RS, o banheiro de imersão é muito comum. A proporção atual é de 2 litros do Decoy RS para 10 mil litros de calda.
Para aplicar a solução, o produtor deve esvaziar o banheiro de imersão, lavar e retirar totalmente o produto químico presente no mesmo. Uma vez limpo, deve completar com água nova e fazer a diluição do produto. “Os animais devem ser banhados apenas no fim da tarde, por conta da luminosidade, que é um limitante para o fungo. A mesma água pode ser utilizada por até 2 meses e indicamos, no máximo, quatro ciclos de banho no mesmo líquido, devido ao excesso de matéria orgânica ser prejudicial para o fungo. O pH também deve estar entre 5 e 7”, explica o biólogo.
Fonte: NOVO RURAL