Moeda de 500 réis, joias e lixo: curitibano explora o litoral gaúcho com detector de metais
Mesmo em tardes de muito vento, temperaturas baixas e sol tímido, Joselito Prestes França, 52 anos, é presença confirmada na praia de Tramandaí, no Litoral Norte. Com um detector de metais em uma mão e uma pá na outra, o curitibano procura “tesouros” enterrados na beira-mar, em uma prática chamada “detectorismo”.
Engana-se quem pensa que a busca não resulta em nada: apenas nos últimos 15 dias, França já havia encontrado cerca de R$ 100 em moedas. Ele conta que o item mais interessante que já desenterrou foi uma moeda de prata, datada de 1913, de 500 réis — particularmente especial para o colecionador de moedas antigas.
No entanto, o que França mais encontra é lixo — ao qual ele dá a destinação correta.
—Eu acho lacre, tampinha, pedaço de ferro, bastante lixo — relata. — Até caco de vidro. Eu acho tudo ali, junto e jogo tudo no lixo, no cesto correto.
Apesar das descobertas de “tesouros”, a prática é um hobby. França trabalha à noite como segurança, descansa pela manhã e, à tarde, já está com o detector de metais, pronto para passear pela areia. Ele não vende nada do que encontra: guarda tudo e presenteia a família com as joias.
— Eu faço mais para abstração, porque eu trabalho das 20h até as 8h. Aí eu durmo um pouquinho e saio para abstrair — explica.
Embora goste das aventuras pelo litoral gaúcho, França sente saudades de Curitiba, sua terra natal. Ele mora em Imbé há dois anos, mas pretende retornar em breve para o Paraná — com o detector de metais, é claro. Mesmo Curitiba não sendo uma cidade litorânea, garante que levará o aparelho junto para utilizar tanto na metrópole como nas praias próximas, a cerca de 90 quilômetros da Capital.
Enquanto o momento da partida não chega, ele seguirá aproveitando as tardes em solo gaúcho para descobrir novos tesouros enterrados.
Fonte: Rádio Gaúcha