Primeiro caso de Covid-19 no RS completou 15 meses e Estado segue em alerta nos números da pandemia
Há 15 meses, no dia 10 de março de 2020, foi confirmado o primeiro caso da Covid-19 no Rio Grande do Sul. De lá pra cá, a situação mudou consideravelmente e mantém o Estado em alerta nos números da pandemia. Até a tarde desta quinta-feira, o RS contabilizava 1.137.010 casos confirmados da doença e 29.351 óbitos. Somente em 2021, em menos de seis meses, foram confirmados 631.768 casos da Covid-19, o que representa 55,56% do total.
No mesmo período foram contabilizados 20.135 óbitos por conta da doença, ou seja, 68,60% das vítimas fatais do novo coronavírus perderam a vida em 2021. Até o momento, o mês de março de 2021 foi o mais expressivo tanto com relação à quantidade de casos confirmados (208.417) e, também, o mais letal, conforme aponta o número total de óbitos que chegou a 8.333. O mês de março de 2021 teve o pico de óbitos de toda linha temporal da pandemia, com 28,39% do total dos óbitos.
O mês de abril de 2021 também registrou um número significativo de óbitos, chegando a 4.442 no total. Este foi o segundo mês mais letal de toda a pandemia na Capital depois de março. O aumento do número de casos confirmados da doença tiveram queda em abril, chegando a 83.127 casos novos em abril de 2021, porém em maio o crescimento foi maior, totalizando 95.186 casos novos da doença no território gaúcho.
Período conturbado
Conforme a biomédica, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e divulgadora científica pela Rede Análise Covid-19, Mellanie Fontes-Dutra, tem sido um período conturbado com registro de subidas aceleradas e estabilização da situação em patamares elevados, o que nunca nos permitiu dizer que a pandemia de fato melhorou no Estado. “Ela piorou muitas vezes e em outras vezes parou de piorar, mas melhorar fica muito difícil falarmos que isso aconteceu em algum momento”, afirmou.
De acordo com Mellanie, diversos fatores podem estar influenciando na pandemia no território gaúcho, incluindo as pressões sobre gestores para abertura de certos setores produtivos, especialmente voltados para a economia e, segundo ela, também o negacionismo de muitos gestores, principalmente municipais. Além da conscientização da população. “Muita gente ainda nega a pandemia ou acha que não é tão grave assim e aí promove aglomeração, essas questões contribuíram para que não conseguíssemos ter um controle maior da situação no Rio Grande do Sul”, frisou.
Segundo Mellanie, para sair da pandemia é preciso vacinar e, felizmente, o Rio Grande do Sul tem abraçado essa responsabilidade. “Temos sido o Estado que mais vacina a população em todo o Brasil por várias semanas, mas ainda assim é em uma velocidade muito menor do que aquela que realmente precisamos, então é necessário cobrar mais vacinas, cumprimento de contratos e cronogramas da vacinação para que possamos seguir vacinando a população”, complementou.
Ela ainda ressaltou que hábitos como distanciamento e o uso de máscara, apesar de estarem presentes na rotina há mais de um ano, ainda precisam ser constantemente reforçados. “Espero que a vacinação se acelere, que possamos ter ainda mais imunizantes e ainda mais vacinação acontecendo no Estado e que a população se conscientize que tem um papel chave e responsabilidade nesse enfrentamento”, destacou.
Fonte: Correio do Povo
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