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Governo emite os cinco primeiros Alertas do Sistema 3As, incluindo Passo Fundo

Governo emite os cinco primeiros Alertas do Sistema 3As, incluindo Passo Fundo
18.05.2021 16h52  /  Postado por: Tânia Diehl

As regiões de Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Ijuí, Passo Fundo e Santo Ângelo estão recebendo, nesta terça-feira (18/5), os primeiros cinco Alertas do novo Sistema 3As de Monitoramento. O comunicado formal a todos os municípios das respectivas associações regionais está sendo concluído entre o fim da manhã e o começo desta tarde pelo governo do Estado, explicando cada uma das decisões, para tornar transparente o processo recém implementado.

Em vigor desde domingo (16), o novo formato de gestão da pandemia no Rio Grande do Sul utiliza dados epidemiológicos e de acompanhamento do sistema de saúde para subsidiar o processo de tomada de decisão dos gestores, que pode se converter em um dos três indicadores de decisão, os “3 As”: Aviso, Alerta e Ação.

Os Alertas emitidos nesta terça (18) representam uma tendência grave em relação à propagação do coronavírus, pressão no sistema hospitalar tanto em leitos clínicos como de UTI.

Após detectar a situação a partir do monitoramento dos indicadores desde o fim de semana (dias 15 e 16/5), o GT Saúde informou ao Gabinete de Crise sobre a necessidade de emitir um Alerta para as regionais. A partir disso, o Gabinete de Crise se reuniu na noite da segunda-feira (17/5) e decidiu emitir os cinco primeiros alertas.

O processo entra na fase de Ação. Significa que Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Ijuí, Passo Fundo e Santo Ângelo têm 48 horas, a contar da emissão do alerta (ao meio-dia desta terça, dia 18/5), para avaliar, responder sobre o quadro das regiões e apresentar plano de ação compatível com o Alerta e com a situação epidemiológica apontada, com o objetivo de reverter a situação.

Se a resposta da região for considerada adequada, a proposta é aplicada imediatamente, e a região segue sendo monitorada pelo GT Saúde. Caso a resposta não seja adequada, o Estado poderá intervir e estipular ações adicionais a serem seguidas.

Além dos cinco Alertas emitidos, outras sete regiões já receberam Avisos, que ocorre quando o GT Saúde observa alguma tendência de piora e, após reunião entre os seus integrantes, comunica formalmente a equipe técnica regional. Acesse o site sistema3as.rs.gov.br para conhecer os detalhes do novo mecanismo de controle da pandemia no estado e acessar os boletins diários de cada região.

Os sete primeiros Avisos do novo sistema foram emitidos para as regiões Covid de Santa Maria, Uruguaiana, Santa Rosa, Palmeira das Missões, Pelotas, Caxias do Sul e Santa Cruz do Sul. A partir da comunicação pelo Estado, cada uma delas deverá redobrar a atenção para o quadro da pandemia. Os Avisos não vêm acompanhados de um parecer, como os Alertas, porque são apenas um comunicado a respeito do agravamento do quadro epidemiológico, registrado no Boletim Regional elaborado pelo GT Saúde.

Diferentemente dos Alertas, que são emitidos pelo Gabinete de Crise, os Avisos são comunicados pela Secretaria de Articulação e Apoio aos Municípios (Saam). Os Avisos estão sendo enviados durante esta terça (18).

Às 15h, em transmissão ao vivo nos canais do governo do Estado, será detalhada a situação de cada uma das regiões. Acompanhe pelo Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=jxAaB98EPj0

Entenda os cinco primeiros Alertas

MACRORREGIÃO MISSIONEIRA

SANTO ÂNGELO

A situação mais crítica de todas é na região Covid de Santo Ângelo, onde o Alerta foi emitido devido ao elevado e rápido crescimento da incidência de casos confirmados em sete dias para cada 100 mil habitantes – de 260,3 em 9 de maio para 424,1 em 16 de maio, aumento de 62,9% em sete dias. Essa incidência de 424,1 está 89% acima da incidência estadual.

Em leitos clínicos, o número de confirmados cresceu 51,5% em 19 dias – de 99 em 27 de abril para 150 em 16 de maio. Nesta mesma data, 45 pacientes estavam internados na UTI com Covid-19, o maior ponto da série histórica. A taxa de ocupação da região está em 100%, e 85% dos pacientes são confirmados por Covid-19.

A incidência de óbitos na região também está aumentando – passou de 8,2 em 8 de maio para 11,8 em 16 de maio, crescimento de 43% em oito dias. Esse valor é 78,8% maior que a média estadual, de 6,8 em 16 de maio.

CRUZ ALTA

A região Covid de Cruz Alta vem apresentando aumento consistente nos casos confirmados há 10 dias, quando ultrapassou o indicador estadual.

Enquanto no dia 7 de maio a região contabilizava 251,6 casos por 100 mil habitantes acumulados na semana, patamar similar ao do Estado, que apresentava 252,3 casos, nesta segunda-feira (17), a região contabilizou 380 casos. Um aumento de 69,57%, com 577 casos confirmados em uma única semana, enquanto o Estado apresentou redução de 11,2% no mesmo período.

As internações em leitos clínicos também cresceram 19,3%: 31 internações entre suspeitos e confirmados com Covid-19 em 7 de maio para 37 em 16 de maio.

Com relação aos leitos de UTI, o maior hospital da região, o hospital São Vicente de Paulo, vem enfrentando grande dificuldade na manutenção de estoque mínimo de medicamentos para intubação. Isso fez com que a instituição reduzisse o número de pacientes internados em leitos de UTI, o que explica a baixa taxa de ocupação desses leitos, ou seja, a taxa de ocupação de UTI permanece abaixo de 60% devido à falta de capacidade de absorver pacientes.

IJUÍ

O GT Saúde observou um aumento da incidência cumulativa nos últimos dias, com 763 casos confirmados incluídos na última semana. A incidência chegou a 332,8 casos por 100 mil habitantes – muito maior do que o observado no Estado, que é uma incidência de 224,1 por 100 mil habitantes.

Também foi percebido aumento de 17,6% na ocupação de leitos clínicos nos últimos sete dias.

O aumento de casos confirmados e de internações demonstram aumento na velocidade de propagação da doença na região.

Apesar de a ocupação de leitos de UTI se encontrar em relativa estabilidade, é uma estabilidade alta (86,3%) e com pouco espaço para elevação, inclusive na macrorregião.

MACRORREGIÃO VALES

CACHOEIRA DO SUL

O Alerta para a região de Cachoeira do Sul se justifica tanto pelo aumento de incidência de casos de Covid como pela alta taxa de ocupação de leitos.

Houve aumento da incidência cumulativa nos últimos dias, com 665 casos apenas na última semana, chegando a 327,6 a incidência por 100 mil habitantes – índice muito maior do que o observado no Estado, que tem incidência de 224,1 por 100 mil habitantes. Cachoeira registrou a sexta maior incidência acumulada em sete dias do RS.

Houve também aumento de 15,6% nos últimos sete dias no número de pacientes suspeitos e confirmados com Covid-19 internados em leitos clínicos. A taxa de ocupação em leitos de UTI é ainda mais crítica, chegando a 145% no último domingo (16/5), o que indica utilização de leitos não regulares para tratamento dos pacientes.

MACRORREGIÃO NORTE

PASSO FUNDO

O Alerta para Passo Fundo se fundamenta tanto por fatores regionais como macrorregionais. A região já vinha apresentando aumento consistente nos casos confirmados de Covid-19 há sete dias, quando ultrapassou o indicador estadual.

No dia 10 de maio, a região de Passo Fundo estava com 247,4 casos por 100 mil habitantes, enquanto a média estadual era de 247,1 casos por 100 mil habitantes. Na segunda-feira (17/5), o Estado estava com 224,1 casos por 100 mil habitantes e a região, com 310,5 casos – um aumento de 25,55%, somando 2.071 casos confirmados em uma única semana.

As internações em leitos clínicos também aumentam, passando de 192 internações entre suspeitos e confirmados Covid no dia 10 de maio para 244 em 16 de maio, aumento de 27%.

O GT Saúde destacou que a escalada nas internações em leitos clínicos representa um possível futuro aumento de ocupações de leitos UTI, que já está em estado de atenção na região.

Por fim, considerando que os leitos de UTI na região de Passo Fundo seguem tensionados, com taxa de ocupação no domingo (16/5) de 97,6%, e na segunda (17/5) de 82,5%, o Gabinete de Crise considerou preocupante o cenário apresentado na região, tendo em vista que o sistema hospitalar corre risco de esgotamento.

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