O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo afirmou na CPI da Covid nesta terça-feira (18) que é falsa a informação de que foi um dos responsáveis por criar atrito com a China, principal fornecedora de insumos para a fabricação de vacinas no Brasil. “Eu não entendo nenhuma declaração que tenha feito como antichinesa”, disse. O ex-ministro falou que chegou a criticar o comportamento de autoridades do país asiático, mas não fez acusações contra o País.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), respondeu dizendo que as declarações de Araújo são claras a respeito da China e prejudicam as relações comerciais do país asiático com o Brasíl. “Dizer para a CPI que o senhor nunca se indispôs em relação à China é faltar com a verdade. Eu peço à vossa excelência que o senhor se atenha à verdade”, observou Aziz.
Araújo diz que um artigo que escreveu em abril de 2020, intitulado comunavírus, não se referia ao coronavírus, mas sim à concepção ideológica comunista, difundida não apenas na China, mas em vários países.
Ernesto Araújo também negou que o Brasil tenha se alinhado aos Estados Unidos. Segundo ele, o que houve foi uma reaproximação. Para ele, não há risco de Joe Biden, atual ocupante da presidência dos Estados Unidos, dificultar as relações com o Brasil porque anteriormente o presidente Jair Bolsonaro defendia Donald Trump.
“Nossa reaproximação era com os Estados Unidos, não com Trump, mas claro que a amizade entre os dois presidentes (Bolsonaro e Trump) facilitou os trabalhos e não tínhamos porque não nos aproveitar disso.”
Araújo admitiu, ao ser questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), que o país não buscou comprar imunizantes ao lado de outros países e que basicamente o foco do Itamaraty foi o consórcio Covax Facility, coordenado pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
*Rádio Gaúcha
Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado / Planetário