Pesquisadores do CE descobrem nanocristais que inativam bactérias na água
Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará descobriram que nanocristais de celulose conseguem inativar até 90% das células das bactérias Escherichia coli (E. Coli), muito comuns nas membranas utilizadas nos sistemas de dessalinização e filtração da água.
A E. Coli é uma das principais causas de infecções intestinais, diarreia, dor abdominal e fezes com sangue.
Com a pesquisa sendo aplicada, teremos um problema antigo resolvido, tanto para a saúde da população quanto para as redes de tratamento da água.
Os pesquisadores da UFC notaram que os nanocristais têm estruturas que se assemelham a agulhas e, por isso, acabam perfurando a membrana celular das bactérias.
Devido ao dano físico, a bactéria perde a capa lipídica, que serve como protetora.
A tecnologia dos nanocristais de celulose, portanto, não elimina as células bacterianas, mas realiza uma “quebra” de até 90% na estrutura física do microrganismo, deixando-o praticamente inativo para infecções.
Imagine que uma pessoa reveste o topo do muro da casa com uma cerca de arames afiados. Qualquer indivíduo tentando passar pelo local terá mais dificuldades e poderá sofrer cortes. A pesquisa praticada com os nanocristais tem o mesmo princípio.
“Enquanto a maioria das abordagens se baseia no uso de compostos químicos para interrupção de processos bioquímicos nos microrganismos, os nanocristais de celulose atuam pela promoção de um estresse físico nesses organismos”, explica Victor Teixeira Noronha, doutorando em Biotecnologia de Recursos Naturais na UFC e um dos autores do estudo.
O próximo passo da pesquisa, segundo Victor, será testar os CNCs com outros tipos de bactérias, principalmente aquelas mais comuns nos sistemas de filtração e dessalinização:
A gente tem muito orgulho da ciência brasileira! Assim como na UFC, na USP houve uma descoberta importante para a saúde. Cientistas conseguiram desenvolver um tratamento a partir do zika vírus que “matar” tumores cerebrais em crianças. Todo o material está pronto, mas falta apoio financeiro para que o tratamento chegue logo até os hospitais.