Presidente da Famurs defende interrupção do sistema de cogestão. Reunião com governador ocorre nesta segunda
A partir do agravamento da pandemia e do decreto do governador que restringe atividades entre 22h e 5h, até 1º de março, o sistema de cogestão dos municípios e o modelo de Distanciamento Controlado serão alvos de debate entre o governo e a Famurs nesta segunda-feira. Com 11 regiões em bandeira preta, o que significa risco altíssimo para a Covid-19, o Plano de Cogestão Regional passa a ser alvo de questionamento.
Moderado, o governador Eduardo Leite ressaltou na última sexta-feira, quando anunciou o decreto de restrição a atividades essenciais durante a noite, que a ideia era conversar com a Federação das Associações de Municípios (Famurs). Neste domingo o presidente da entidade, Maneco Hassen, enfatizou que o momento exige normativas claras, objetivas e únicas para todas as prefeituras e, pessoalmente, defendeu a suspensão da cogestão.
“Pessoalmente entendo que as medidas precisam ser unificadas, em especial, neste grave momento, pelo menos para as regiões em bandeira preta. Com regras iguais, a sociedade entende que não se trata apenas um jogo de cores no mapa”, sustenta.
Entretanto, a opinião de Hassen não conta com unanimidade. Sinal disso é que dez regiões recorreram do mapa preliminar do Distanciamento Controlado – a avaliação dos pedidos vai ser divulgada no fim da tarde desta segunda-feira. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, não buscou recurso mas defende a manutenção do sistema de cogestão.
O sistema de decisão compartilhada permite hoje que as regiões flexibilizem as regras vigentes para bandeiras vermelha ou preta. Essa última significa o fechamento de pontos comerciais, restrição de atividades em academias, clínicas e clubes, além da indústria, entre outros setores.
Para o ensino, a cogestão não vale. Com isso, regiões em bandeira preta não podem ter escolas abertas, a partir desta terça.
Decisão é do governo
Hassen destaca que a reunião online, que vai contar com os presidentes das 27 associações de municípios, vai servir para debater as angústias dos prefeitos diante da possibilidade de mais uma etapa de fechamento da economia. “O governo vai decidir, mas é importante que queira nos ouvir”, sublinha o presidente da Famurs. “Além da questão do mapa e das regiões em bandeira preta, é fundamental que se pressione o governo federal para que aja agilidade no envio das vacinas”.
No final de novembro, quando os casos de Covid e internações voltaram a aumentar no Estado, a cogestão chegou a ser interrompida. No entanto, não havia nenhuma região classificada em bandeira preta, o que na prática, refletiu em baixo impacto sobre a atividade econômica.
*Rádio Guaíba