O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) alterou o gabarito de questões na prova de Linguagens do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Nas redes sociais, candidatos criticaram a primeira versão do gabarito, publicada ontem pelo instituto, e apontaram haver racismo estrutural nas respostas até então dadas como certas. O Inep não mencionou as acusações.
Na prova de Inglês, uma questão trazia um trecho do romance Americanah, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Na cena retratada na passagem, a cliente recusa a oferta da cabeleireira de alisar seu cabelo e opta pelo visual natural. No primeiro gabarito dado pelo Inep, o posicionamento da cliente era marcado por argumentos que “demonstram uma postura de imaturidade”. Agora, na nova versão, a alternativa correta é “revelam uma atitude e resistência”.
Em outra questão, sobre o processo de contratação em empregos, é apontada a discriminação feita por inteligências artificiais, que exclui candidatos pela origem racial, baseando-se no sobrenome e no local de nascimento. Na primeira versão do gabarito, as tecnologias de informação eram vinculadas à linguagem. Na nova, estão ligadas ao preconceito.
A previsão para a divulgação dos resultados individuais é 29 de março. Nessa data, os participantes saberão também quanto tiraram na Redação.
Fonte: Gaúcha ZH
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