MPRS ajuiza ações de investigação judicial eleitoral em Salto do Jacuí
O Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio da Promotoria Eleitoral da 154ª Zona Eleitoral, ajuizou nesta sexta-feira, 18 de dezembro, duas ações de investigação judicial eleitoral, cumuladas com representação por captação ilícita de sufrágio, em que requer a cassação do registro ou diploma dos candidatos a prefeito e vice-prefeito eleitos, dois candidatos a vereador eleitos e um candidato eleito suplente, nas eleições em Salto do Jacuí. A investigação, que também identificou abuso de poder econômico, com a participação de um produtor rural, ocorreu no âmbito da Operação Hybris, deflagrada em 04 de dezembro.
Conforme o promotor de Justiça Eleitoral que ajuizou as ações, Eduardo Augusto Pohlmann, a campanha eleitoral dos candidatos da chapa majoritária eleita, bem como dos três candidatos ao legislativo municipal, foi marcada por captação ilícita de votos e abuso de poder econômico, através da distribuição de carne, gasolina, vales e até mesmo dinheiro em espécie. “Os áudios e mensagens de WhatsApp extraídos dos equipamentos apreendidos na Operação Hybris, são estarrecedores e comprovam as irregularidades”, afirma o promotor.
Em um dos áudios, o produtor rural diz que investiu do próprio bolso o estratosférico valor de R$ 1.150.000,00 para comprar votos de pessoas carentes. Ainda, textualmente, analisa que a sua conduta, consistente em distribuir dinheiro nos últimos dias do pleito, foi fundamental para o sucesso dos candidatos que apoiou.
Em um dos trechos da petição inicial, o promotor resume o desequilíbrio que as irregularidades causaram no pleito: “Numa pequena cidade como Salto do Jacuí, com cerca de 12 mil habitantes e poucos eleitores, o investimento de tal soma dirigido a comprar votos certamente produz um impacto gigantesco no equilíbrio eleitoral.”
Fonte: Ministério Público/RS