Pazuello: se Pfizer conseguir adiantar entrega, vacinação pode começar neste mês
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou em entrevista à CNN Brasiltransmitida nesta quarta-feira, que o uso emergencial de uma vacina contra a Covid-19 pode acontecer ainda em dezembro se o governo federal fechar um contrato desse tipo com a Pfizer. “Se a Pfizer conseguir autorização emergencial e nos adiantar alguma entrega, isso pode acontecer em janeiro, final de dezembro, em janeiro… Isso em quantidades pequenas, que são de uso emergencial”, comentou. “Não é uma campanha de vacinação”, ressalvou.
Segundo ele, é “bem provável” que, entre janeiro e fevereiro, o governo federal esteja vacinando a população do País contra a Covid-19. A declaração ocorreu 24 horas após uma reunião do ministro com governadores, em que havia prometido começar a imunização no Brasil no fim de fevereiro. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Em uma profusão de condicionais, Pazuello explicou que, se a Pfizer, a AstraZeneca e o Instituto Butantan concluírem a fase 3 de testes ainda em dezembro e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) der aval ao registro dos imunizantes em janeiro, o ministério vai poder receber, ainda neste mês, 500 mil doses da primeira e 15 milhões da segunda fabricante.
“Se observarmos isso, é bem provável que, entre janeiro e fevereiro, nós estejamos vacinando a população brasileira”, completou o ministro, que disse não saber o número de doses da Coronavac que o Instituto Butantã e a farmacêutica chinesa Sinovac podem vir a disponibilizar no primeiro mês do ano.
Na terça-feira, contudo, o presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, disse que a empresa consegue entregar, no primeiro trimestre de 2021, uma quantidade de vacinas contra Covid-19 suficiente para imunizar somente 2 milhões de brasileiros – o equivalente a 4 milhões de doses, já que o produto é administrado em duas aplicações. O executivo falou em uma reunião da comissão externa da Câmara que discute as ações de enfrentamento à Covid-19.
Murillo confirmou que a oferta total da empresa ao governo brasileiro é de 70 milhões de doses ao longo de 2021, mas disse que, nos primeiros meses do próximo ano, o quantitativo enviado vai ser menor em razão da alta demanda mundial pelo produto.
Naquele mesmo dia, mais cedo, Pazuello, havia dito que a quantidade de doses da vacina da Pfizer prevista para os seis primeiros meses era de 8,5 milhões, suficiente para vacinar 4,25 milhões de pessoas.
*Correio do Povo
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil