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Pesquisa confirma que ostensório da Catedral é jesuíta de quase 300 anos

Pesquisa confirma que ostensório da Catedral é jesuíta de quase 300 anos
08.12.2020 12h55  /  Postado por: adrianolima

Após uma pesquisa de 06 meses, foi confirmado que o ostensório/esplendor do Divino Espírito Santo, que está na Catedral Diocesana, trata-se de uma obra missioneira, arte jesuíta, e tem cerca de 300 anos. A confirmação, oficial, chegou no domingo, 06/12, junto a peça trazida pelo professor e pesquisador da PUC/RS, Edson Hüttner e seu orientando de doutorado, professor Cláudio Lopes Preza Júnior. O estudo da obra teve início no dia 14 de junho deste ano

A peça, já de volta à Catedral, ficará exposta no local previamente preparado, durante a celebração de dedicação e bênção do altar, que será realizada no domingo, dia 13 de dezembro.

“Vi as fotos enviadas e percebi que poderia ser do período e da arte sacra Jesuítico-Guarani. Mas, para comprovar sua identidade, era necessário leva-lo para iniciar um longo estudo em Porto Alegre”, conta o professor Edson, que chefiou a pesquisa. Ele é responsável, também, pelo relatório que detalha as descobertas sobre a obra, que remonta a própria história da cidade.

Segundo ele, o esplendor/ostensório faz parte das peças das reduções jesuítas, com estimativa de 280 a 300 anos. “É uma peça da arte sacra barroca jesuítica do século XVII e XVIII. Temos alguns elementos importantes desta escultura, como os detalhes em policromia, que era uma técnica muito utilizada pelos jesuítas, em gesso, com cores amarela, azul e vermelha, q que é um aspecto muito importante da tradição da arte jesuítica. Outro aspecto são os cravos missioneiros, que se apresentam como uma das características marcantes das obras sacras missioneiras dos séculos XVI a XVIII”, explica.

Segundo o professor esta é uma peça muito rara, difícil de encontrar, visto que a quantidade de ostensório era bem menor que a de Santos feitos na época.

Em tempo de pandemia

Um detalhe bem importante, por estarmos em tempo de pandemia ocasionada pela COVID 19, foram buscadas alternativas tecnológicas apropriadas para proteger e preservar as esculturas sacras e pesquisadores contra a contaminação. Para esta prevenção, o grupo de Arte Sacra Jesuítico-Guarani e Luso-brasileiro da PUCR utilizou o aparelho de Luz Ultravioleta C (UV-C) Huttech Tower II com 2 lampadas UV-C. O aparelho foi desenvolvido pelo Dr. Eder Abreu Hüttner, Dentista e coordenador da Startup HUTTECH, sediada no Parque Tecnológico do TecnoPUCRS.

Este método de pesquisa e aplicação de tecnologias tem o objeto de descontaminação das esculturas sacra para que as mesas não sejam transmissoras da COVID 19 em seus espaços de preservação e exposição ao público.

As pesquisas no Brasil

O professor Cláudio Lopes Preza Júnior, integrou a equipe e destaca a importância da pesquisa, diante cenário brasileiro. “Destaco a importância desta pesquisa, especialmente em um país que tem uma lamentável tradição de não respeitar o seu patrimônio histórico. É uma pesquisa de suma especialmente para esta comunidade, por tudo que ela pode significar, tanto no ponto de vista religioso quanto no ponto de vista social, econômico, cultural e histórico. Sinto-me honrado em ter colaborado com esta pesquisa. A comunidade de Cruz Alta está de parabéns”, destaca.

A descoberta

Dom Adelar Baruffi, Bispo Diocesano, conta que a descoberta aconteceu durante a reforma da catedral, apontada pelo arquiteto sacro Cristiano Fabris, responsável pela revitalização. “Ficamos muito empolgados quando o Cristiano nos falou da possibilidade de ser, esta, uma peça histórica. Mais alegres ficamos com a notícia recebida de que o esplendor do Divino Espírito Santo é, sim, uma obra jesuítica”, ressalta.

Catedral como um ponto turístico

O Pe. Márcio, pároco da Catedral, acredita que a peça irá contribuir com o turismo religioso. “Com certeza, para nós, é muito significativo ele estar aqui dentro, pois são anos de história e simboliza muito. Além disso, queremos que a nossa Catedral seja este espaço de oração e celebração, mas, também, ela está se tornando, além deste espaço litúrgico, olhado pela arte sacra, um local atrativo, alicerçando o turismo religioso na cidade”, lembra.

A exposição

A exposição do ostensório/esplendor do Divino Espírito Santo, peça histórica, inicia no dia 13 de dezembro, com banners explicativo. Após, retornará ao seu lugar, no altar mor da Catedral. Para os visitantes que desejarem, futuramente será disponibilizado um relatório da pesquisa.

Legendas:

 (Foto bispo e o pesquisador): A entrega foi realizada no domingo, dia 06/12. Ir. Edson Hüttner, pesquisador, e Dom Adelar Baruffi, Bispo Diocesano.

 (Foto do professor com o ostensório):

Pesquisa realizada pelo Grupo de Arte Sacra Jesuítico-Guarani da PUCRS, Dr. Edison Hüttner, Professor da Escola de Humanidades da PUCRS – Programa de Pós-Graduação em História. Membro do Laboratório de Arqueologia da PUCRS – Museu de Ciências e tecnologia da PUCRS. Sou professor também do programa de Pós-Graduação em Teologia PUCRS.

 (Foto da restauração): O Ostensório foi restaurado pelo Dr. Edson Hüttner, professor da Escola de Humanidade na Oficina Museográfica do Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) da PUCRS), com orientação da Artista Plástica Carla Rigotti, responsável pelo setor de restauração do MCT da PUCRS. Contribuiu na restauração o doutorando do curso de Pós-Graduação em História: Cláudio Lopes Preza Junior. Ostensório na Oficina sendo restaurada por Edison Hüttner.

 

Foto Tomografia):

Tomografia do Ostensório do Divino Espirito no Instituto do Cérebro da PUCRS.

(Foto UV-C):

Peça foi esterilizada com UV-C

 Para mais informações e entrevistas, disponibilizamos, também o contato do Professor e pesquisador, Edson Hüttner (51) 98428-1224.

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