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Entidades de medicina criticam a formação em massa de médicos no Brasil

Representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) se reuniram, nesta quinta-feira, em Porto Alegre e trataram dos principais problemas enfrentados pela categoria. A abertura indiscriminada de vagas em cursos de medicina, a falta de estrutura para atendimento médico e o exercício ilegal da profissão — principalmente em intervenções de melhoria estética — foram os temas discutidos.

Ao alertar para a formação em massa de médicos, o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade explica que o Estado conta atualmente com 20 faculdades de medicina. Ele reforça que menos da metade têm hospitais escola e, em função disso, “não tem como formar bom médico sem hospital universitário adequado”. “Algumas universidades no interior ficam pegando leitos de hospitais de pequeno porte, que não fazem procedimento nem de média complexidade, para garantir esses leitos para poder abrir a faculdade. Infelizmente, vamos formar contingente grande de maus profissionais”, projeta.

De acordo com Trindade, está ocorrendo a precarização do ensino médico. O objetivo do encontro com o presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, é alinhavar ações para ampliar a fiscalização das escolas médicas e cobrar do Ministério da Educação (MEC) o cumprimento da moratória feita no final do governo Michel Temer, que determinava que nos próximos cinco anos não seriam abertas novas faculdades de medicina. “A simples existência do médico não vai reduzir a fila de atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). A presença do médico numa cidade de 2 mil habitantes, se não tiver uma estrutura minimamente hierarquizada, não vai adiantar nada”, frisa.

*correio do povo

*foto Felipe Vieira

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