Em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (14) no Colégio Estadual Cândido José de Godói, na zona norte de Porto Alegre, o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) decidiu pela suspensão da greve do magistério e dos funcionários de escolas iniciada há 56 dias, em novembro passado.
Em sua fala de abertura do evento, a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schurer, pontuou que a proposta do governo de Eduardo Leite (PSDB) de pagar os dias parados em folha suplementar, mas mantendo o desconto dos salários parcelado em cinco meses, é inaceitável. No entanto, destacou que a greve perdeu força recentemente — só 2% da categoria permanece paralisada, segundo o sindicato — e que os cortes salariais já não são mais suportáveis pelos grevistas.
Diante desse cenário, o conselho geral do sindicato construiu a proposta de suspender a greve, encerrar o ano letivo de 2019 e retomar a paralisação entre os dias 27 e 31, quando está prevista a votação do restante do pacote de reforma administrativa do governo em convocação extraordinária na Assembleia Legislativa, incluindo a proposta de reformulação do plano de carreira do magistério.
Durante a assembleia, o debate girou em torno da discussão se encerrar a greve agora, sem previsão de pagamento dos dias parados que serão recuperados, seria uma derrota da categoria ou se seria a única opção possível diante do esvaziamento.
Por um lado, os contrários à suspensão da greve argumentavam que retornar ao trabalho agora seria uma “humilhação” para a categoria, visto que ela voltaria sem nenhuma garantia. Por outro lado, aqueles favoráveis ao encerramento, incluindo a direção do sindicato, defendiam que a greve já foi um sucesso, pois foi a maior dos últimos anos, e que mantê-la esvaziada significaria apenas um movimento de vanguarda que continuaria a penalizar a categoria.
Após falas alternadas defendendo cada posição, a assembleia decidiu, por 725 votos a favor e 593 contrários, pelo fim da greve.
Sul 21
Foto: Luiza Castro/Sul21