Justiça decreta prisão de padrasto suspeito de matar menino de 3 anos e manda soltar mãe
O homem suspeito de matar um menino de 3 anos em Porto Alegre teve a prisão preventiva decretada nesta quarta-feira (20) pelo juiz Cristiano Vilhalba Flores. No despacho, o magistrado também determinou que a mãe da criança seja posta em liberdade. Ambos haviam sido presos em flagrante após o crime, na tarde de terça-feira (19), no bairro Vila Jardim.
O suspeito tem 23 anos e é companheiro da mãe da vítima, de 18. O juiz observa que há indícios de autoria quanto ao homem em função do depoimento das testemunhas, entre eles da própria mãe, que relatou as agressões sofridas pelo menino. A criança foi atingida por chutes e espancada com um facão, segundo a polícia.
O padrasto também é retratado como uma pessoa violenta. Ele estava foragido e cumpria pena por uma condenação de um roubo.
Quanto à mãe, o juiz entendeu que não há provas suficientes apresentadas até o momento para comprovar sua participação na morte da criança. Ela relatou que era agredida pelo companheiro e pensava em se separar. Disse também que não conseguiu detê-lo enquanto batia no menino pois tinha medo, e também sofreu agressões.
Testemunhas
O juiz ainda relata que as testemunhas – vizinhas e o pai da vítima – não relataram que ela seria agressiva. “Portanto, não há como ser a ela imputada, neste momento, participação no delito, sequer havendo, assim, indícios de autoria”, afirma o juiz.
Em depoimento à polícia, a jovem contou que o homem agrediu a criança durante horas.
“Pelo teor do depoimento dela, o delegado do plantão entendeu que ela também era responsável pela morte. Ela foi questionada por que não pediu ajuda, e as respostas eram muito genéricas”, conta o delegado Luis Firmino, que assumiu o caso nesta quarta-feira.
A criança chegou a ser encaminhada para atendimento médico, mas já chegou sem vida no hospital. A vítima havia completado três anos no último dia 14.
Conforme o delegado, a mulher alegou que era mantida em cárcere privado. E confessou também que não era a primeira vez que o filho tinha sido agredido pelo companheiro.
“Ela disse que ele manteve ela em cárcere privado desde que se conheceram, há um mês. O delegado [de plantão] achou estranho, porque ela não fugiu antes e não procurou ajuda. Ela disse ainda que queria fazer ele largar as drogas, mas ela também é usuária”.
A polícia ainda investiga a suspeita de que o padrasto tenha cometido violência sexual contra o menino, o que deve ser comprovado por exame pericial.
Fonte: G1 RS