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Moro será ouvido em quatro comissões da Câmara dos Deputados

29.06.2019 11h29  /  Postado por: adrianolima

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, será ouvido na próxima terça-feira por quatro comissões da Câmara de Deputados sobre vazamento de mensagens interceptadas da Operação Lava Jato. Moro deve falar às comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ); de Trabalho, Administração e Serviço Púbico; de Direitos Humanos e Minorias; e de Fiscalização Financeira e Controle.

Os deputados querem esclarecimentos sobre o conteúdo revelado pelo site de notícias The Intercept Brasil, que trouxe mensagens supostamente trocadas entre Moro, então juiz federal, e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o promotor Deltan Dallagnol.

Na última quarta-feira, o presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), informou ter recebido correspondência do Ministério da Justiça sobre a disposição de Sérgio Moro em comparecer à Câmara.

O ministro deveria ter comparecido à Câmara no último dia 26 para dar esses esclarecimentos, mas cancelou a audiência porque estava nos Estados Unidos, o que revoltou o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Helder Salomão (PT-ES). “Alguns deputados e as próprias comissões estão buscando entender por que o ministro não compareceu. Ele deve explicações à sociedade brasileira. Ele precisa se explicar. Ele precisa explicar os bastidores da Lava Jato.”

Moro foi recebido nessa sexta-feira pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com tapete vermelho, orquestra de cordas e pompas de chefe de Estado. Ele foi homenageado com a medalha Ordem do Ipiranga, a maior honraria do governo paulista. Ao agradecer, Moro reconheceu que a homenagem veio em boa hora. “Nas últimas três semanas, apesar desses ataques que entristecem, tenho recebido muitas manifestações de apoio. Hoje é uma delas. Não vamos desistir.”

Revista revela testemunhas indicadas

A revista Veja revelou nesta sexta-feira o nome de dois personagens, na história revelada pelo site The Intercept Brasil, que teriam sido indicadas pelo então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça, ao procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, como testemunhas que poderiam contribuir no processo que envolvia o ex-presidente Lula no caso do tríplex do Guarujá.

Os dois personagens ocultos, citados por Moro no Instagram ao procurador, são o técnico em contabilidade Nilton Aparecido Alves, de 57 anos, e o empresário Mário César Neves, dono de um posto de gasolina, de Campo Grande.

Seguindo a orientação do então juiz, Dallagnol procurou as pessoas citadas, mas elas teriam se recusado a colaborar. Em resposta a Moro, o procurador chegou a sugerir que se forjasse uma denúncia anônima para justificar a expedição de uma intimação que obrigasse as testemunhas a depor no Ministério Público. O diálogo entre Moro e Dallagnol foi publicado pelo site The Intercept Brasil há três semanas, mas o nome das testemunhas não havia sido divulgado.

Nilton Aparecido é conhecido no seu estado, segundo a revista, por fazer negócios, nem sempre lícitos, relacionados a terras. Abordado pela reportagem da revista na tarde da última quarta-feira, Nilton foi evasivo. “Não sei por que meu nome está nessa história. Alguém deve ter falado alguma coisa errada”, disse.

Indagado sobre se teria informações referentes aos filhos de Lula e se havia prestado depoimento aos procuradores da Lava Jato com relação ao tema, ele encerrou a conversa. Moro teria dito a Dallagnol que as testemunhas teriam informações relevantes sobre negócios envolvendo a família do ex-presidente.

Fonte: Correio do povo/ Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil / CP

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