Glifosato: Anvisa recebe até 8 de julho contribuições para consulta pública
O glifosato é um dos herbicidas mais utilizados no mundo, assumindo um papel importante na produção agrícola de diversos países, incluindo o Brasil. Por conta dessa sua ampla utilização, o produto tem sido alvo de constantes avaliações e debates. Aqui no país, chegou-se a discutir a suspensão do uso do herbicida, o que teria um impacto negativo gigantesco sobre os custos e o rendimento da produção. Agora, o glifosato é tema de uma consulta pública aberta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O prazo para o envio de manifestações sobre o herbicida já havia terminado. Mas a agência prorrogou a data por mais 30 dias para quem quiser enviar sua contribuição para a consulta pública. O novo prazo é 8 de julho. Você pode acessar a consulta clicando aqui.
A decisão foi tomada pela Anvisa para atender a solicitações de entidades da sociedade civil organizada. A entidade quer manter o uso do herbicida glifosato no Brasil, mas propõe restrições com as quais o setor produtivo não concorda. Uma delas é impedir que um mesmo profissional opere três atividades distintas com o glifosato, como preparo da calda, abastecimento do tanque e pulverização. Até o momento, a agência já recebeu mais de 2.600 manifestações no formulário de consulta pública.
A Anvisa já concluiu que o glifosato não causa prejuízos à saúde e, assim, pode continuar a ser utilizado no país. A avaliação foi feita por técnicos da agência, com base nas evidências científicas mais atuais sobre o produto.
No entanto, ao final da consulta pública, a agência vai analisar as contribuições e pode promover novos debates com entidades e pessoas que tenham manifestado interesse sobre o assunto, antes da deliberação final da diretoria colegiada.
“O glifosato é um dos produtos mais seguros do grupo dos herbicidas, mas obviamente é preciso cuidados em sua aplicação, como ocorre com qualquer outro produto”, afirma o médico toxicologista Flávio Zambrone, presidente do Instituto Brasileiro de Toxicologia (IBTox).
Zambrone explica que a consulta pública não é uma votação com poder de barrar o uso do glifosato do país. Mas ele afirma que é importante que quem utiliza o produto e conhece sua ação e a forma correta de aplicação participe da consulta pública, validando esse resultado.