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Prefeito Gean Loureiro é detido pela Polícia Federal em Florianópolis

18.06.2019 12h56  /  Postado por: Luzia Camargo

O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, foi detido na manhã desta terça-feira (18) como parte da Operação Chabu, da Polícia Federal. A prisão temporária, que tem prazo de cinco dias, foi confirmada pelo chefe de gabinete da prefeitura, Bruno Oliveira. A operação da PF visa combater a prática de uma suposta organização que violava o sigilo de operações policiais em Santa Catarina.

O prefeito e uma comitiva eram esperados na inauguração da Via Expressa – a visita acabou não ocorrendo e toda a agenda de Gean foi cancelada. Às 10h30, assessores e servidores do governo municipal permaneciam reunidos no gabinete da Prefeitura de Florianópolis, no Centro, onde o silêncio predomina nesta terça-feira.

À RICTV Record, o vice-prefeito de Florianópolis, João Batista Nunes, não quis falar sobre a possibilidade de assumir a prefeitura interinamente.

Os policiais federais deixaram a sede da prefeitura por volta das 11h50. Descaracterizados, eles não falaram com a imprensa e foram vistos levando malotes e sacos pretos. Os agentes ficaram no local por volta de três horas.

Em comunicado enviado à imprensa pela manhã, a Prefeitura de Florianópolis informou que Gean Loureiro (sem partido)dará “todas as informações necessárias” e que está aguardando para prestar depoimento na sede da PF.

Entre os detidos como parte da operação está o delegado Fernando Caieron, da Polícia Federal em Florianópolis. Segundo a Polícia Federal, ele é suspeito de atrapalhar a investigação contra uma suposta organização criminosa.

Os agentes federais detiveram, também durante a manhã, o ex-secretário de Estado da Casa Civil, Luciano Veloso Lima, da gestão Eduardo Pinho Moreira (MDB). Entre os 30 mandados expedidos pelo TRF 4 em Porto Alegre há 23 de busca e apreensão.

Entenda a Operação Chabu

Após análises dos materiais apreendidos durante a Operação Eclipse, deflagrada em agosto de 2018, a Polícia Federal apurou que a suposta organização criminosa construiu uma rede composta por um núcleo político, empresários, e servidores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal lotados em órgão de inteligência e investigação. O objetivo era embaraçar investigações policiais e proteger o núcleo político em troca de vantagens financeiras e políticas.

Durante as investigações foram apuradas várias práticas ilícitas, dentre as quais destacam-se o vazamento sistemático de informações a respeito de operações policiais a serem deflagradas até o contrabando de equipamentos de contra inteligência para montar “salas seguras” a prova de monitoramento em órgãos públicos e empresas.

As provas obtidas durante as investigações apontam a prática de crimes de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, além da tentativa de interferir em investigação penal que envolva a suposta organização criminosa.

O nome dado à operação, Chabu, significa dar problema, dar errado, falha no sistema, e é usado comumente em festas juninas, quando os fogos de artifício falham. Segundo a Polícia Federal, o termo era empregado por alguns dos investigados para avisar da existência de operações policiais que viriam a acontecer.

Fonte: ndmais.com.br

Foto: Arquivo/Cristiano Andujar/Divulgação/ND

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