Governo exonerou ministro Gustavo Bebianno
Agora é oficial. Gustavo Bebianno foi exonerado do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. O anúncio foi feito pelo porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, no fim da tarde desta segunda-feira.
O porta-voz evitou falar sobre os motivos para a exoneração e disse apenas se tratar de foro íntimo por parte do presidente Jair Bolsonaro. Na nota lida por Otávio do Rêgo, Bolsonaro deseja “sucesso na nova caminhada” e agradece Bebianno por sua “dedicação”.
Gustavo Bebianno foi o protagonista da maior crise nos primeiros meses do novo governo, suspeito de irregularidades em campanhas do PSL e envolvido em rusgas com um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ).
Bolsonaro já estava com o ato de demissão do ministro assinado desde sábado. O próprio ministro também já havia dito que tinha recebido sinalizações de que sua dispensa sairia no Diário Oficial desta segunda, mas isso não aconteceu.
Nesta segunda, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que a situação seria resolvida ainda nesta segunda. Bebianno vem sendo acusado de supostas irregularidades nas campanhas eleitorais do PSL ocorridas na época em que ele presidia o partido, que também tem o presidente Bolsonaro como filiado. A crise cresceu quando o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, chamou Bebianno de mentiroso, declaração que foi reforçada pelo próprio presidente.
No fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro e auxiliares, como o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tiveram reuniões para encontrar uma forma “honrosa” de demitir Bebianno, o que também poderia ter sido feito ainda no fim de semana em edição extra do Diário Oficial, se o governo quisesse. Nos últimos dias, políticos e militares tentaram interceder a favor de Bebianno, mas o presidente estava irredutível. A tendência é de que um militar seja nomeado para a pasta.
Ameças
O ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, disse nesta segunda-feira que está recebendo ameaças pelo WhatsApp. As ameaças teriam iniciado neste fim de semana, depois que o imbróglio envolvendo seu nome e o governo Bolsonaro se agravou. O ministro não deu mais detalhes sobre as ameaças. Mas falou a interlocutores que já identificou algumas pessoas e que vai tomar previdências.
Nesta segunda-feira, os filhos de Bolsonaro voltaram a atacar Bebianno nas redes sociais. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) divulgou um link de um texto que chama o ministro de “traidor” e “funcionário incompetente”. A crise atual foi gerada por vazamentos de áudios de WhatsApp por Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro, e por Bebianno.
Fonte: Correio do Povo
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil / CP