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Jair Bolsonaro será o 8º presidente no período democrático

Carlos Villela Depois da sétima eleição consecutiva como deputado federal em 2014, Jair Bolsonaro definiu que tentaria ser candidato à presidência da República em 2018. Concorreu pelo pequeno PSL, ao qual se filiou em janeiro deste ano. Com posições conservadoras e um discurso de combate à corrupção e repressão ao crime, liderou as pesquisas durante toda a campanha eleitoral. Bolsonaro teve pouco tempo de televisão, mas avançou com folga ao segundo turno e foi eleito ao Palácio do Planalto. O capitão reformado será o oitavo presidente na redemocratização. A campanha foi marcada pela polarização com o PT e um atentado a Bolsonaro, em setembro, quando ele foi esfaqueado em ato público em Juiz de Fora (MG). O candidato passou por duas cirurgias e interrompeu atividades de rua. O agressor, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante. >> Leia também: Quem são os nomes de Bolsonaro no Rio Grande do Sul Em 27 anos como deputado federal, Bolsonaro teve atuação polêmica. Sustentou bandeiras como a defesa do regime militar – ao votar a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, dedicou o voto ao “pavor de Dilma”, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi na ditadura e o primeiro militar condenado pela Justiça por tortura no período. Em sua trajetória na Câmara, teve dois projetos de lei e uma emenda aprovados: a impressão do recibo de voto na urna eletrônica, a extensão da isenção de IPI para bens de informática e a autorização do uso da fosfoetanolamina, substância controversa conhecida como “pílula do câncer”. Bolsonaro também combateu o projeto Escola sem homofobia, o qual apelidou de “kit gay”. Fez declarações consideradas homofóbicas – afirmou, por exemplo, que bateria em um casal de homens que se beijasse em público e que crianças homossexuais deveriam “levar um couro” para mudar o comportamento. Em 2017, Bolsonaro foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a indenizar a deputada federal gaúcha Maria do Rosário (PT), por declarar durante discussão que ela não merecia ser estuprada “porque é muito feia”. Antes de ser deputado, Bolsonaro foi vereador do Rio de Janeiro, eleito em 1988, ano em que entrou para a reserva militar. Foi filiado a vários partidos. Começou no já extinto Partido Democrata Cristão (PDC), pelo qual foi eleito pela primeira vez deputado, em 1990. Com a fusão do PDC com o PDS, Bolsonaro ficou no partido sob os novos nomes PPR e PPB até 2003, quando deixou o partido para ingressar no PTB. Em 2005 foi para o PFL, mas no mesmo ano retornou ao PP (novo nome do PPB). Ficou no PP até 2016, quando entrou no PSC, partido com o qual se desentendeu e anunciou sua saída no ano seguinte. Após negociações infrutíferas com o PEN, hoje Patriota, Bolsonaro acertou sua ida para o PSL em janeiro. Natural da cidade de Glicério (SP) e registrado em Campinas, Jair Messias Bolsonaro nasceu em 21 de março de 1955, filho de Olinda Bonturi e Geraldo Bolsonaro. Na infância, morou nas cidades de Ribeira, Jundiaí e Sete Barras, antes de fixar residência com a família em Eldorado, no sul do estado de São Paulo. Com a meta de seguir carreira militar, Bolsonaro ingressou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) em 1973 e no mesmo ano prestou concurso para a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Rio de Janeiro. Lá, se especializou em paraquedismo e integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista. Entre 1979 e 1981, integrou o 9º Grupo de Artilharia de Campanha em Nioaque, no recém-criado estado do Mato Grosso do Sul. Em 1982, voltou ao Rio de Janeiro para cursar a Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), e posteriormente serviu 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista, onde fazia avaliação técnica dos postulantes ao curso de paraquedista. Em 1986, foi preso por 15 dias após denunciar baixos salários dos cadetes da Aman em artigo na revista Veja. No ano seguinte, a mesma revista publicou matéria noticiando que Bolsonaro tinha um plano para explodir bombas de baixo poder destrutivo em quartéis como resposta às más condições de trabalho. Bolsonaro disse ter sido sensacionalismo da revista. Embora o Conselho de Justificação do Exército o tenha considerado culpado, foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar (STM) por 9 votos a 4. Bolsonaro é pai de cinco filhos, três políticos. Com Rogéria Nantes Nunes Braga, a primeira esposa, teve Flávio, Carlos e Eduardo. Flávio é senador eleito pelo Rio de Janeiro, Carlos é vereador na Câmara carioca e Eduardo se reelegeu deputado federal por São Paulo com a maior votação para o cargo na história do País. Com a segunda esposa, Ana Cristina Valle, teve o quarto filho, Renan. Já com a atual esposa, Michelle de Paula, Bolsonaro teve Laura.

 Fonte: Jornal do Comércio

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