MP recorre de decisão sobre morte do Padre Eduardo na Igreja de Tapera
Ministério Público do Rio Grande do Sul recorreu no caso do acusado de matar um padre dentro da igreja em Tapera, na Região Norte do estado, em maio do ano passado.
O órgão requer a modificação da decisão para manutenção da qualificadora de “motivo torpe”, que foi afastada pela Justiça, tendo em vista ser incompatível com a qualificadora da sentença, de “motivo fútil”.
O motivo torpe, para o qual o MP quer que a sentença aponte, é considerado como imoral, vergonhoso, algo desprezível. Já o motivo fútil é aquele insignificante, banal.
Em dezembro do ano passado, a juíza Marilene Parizotto Campagna, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Tapera, determinou o júri popular a Jairo Paulinho Kolling, 47 anos, por homicídio consumado, duplamente qualificado (motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e por homicídio tentado, triplamente qualificado (motivo fútil, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e por ter sido cometido contra mulher).
O próximo passo é a intimação da defesa para apresentar contrarrazões e, depois, os autos serão encaminhados ao Tribunal de Justiça para julgamento do recurso.
Só depois disso, com retorno dos autos à Comarca de Tapera, será determinada data para realização da sessão de julgamento pelo Tribunal do Júri.
O réu aguarda a decisão em liberdade desde setembro do ano passado.
Relembre o casoO crime ocorreu no dia 22 de maio de 2015. Segundo a polícia, Jairo Paulinho Kolling invadiu a Paróquia Nossa Senhora Rosário da Pompéia e disparou contra o padre Eduardo Pegoraro, de 33 anos.
Os tiros atingiram o peito da vítima, que morreu no local. A mulher do atirador também foi ferida. Ele ainda atirou contra o próprio rosto.
O casal mora em Selbach, na mesma região. As investigações apontaram que o homem sentia ciúmes do religioso. Segundo a polícia, Kolling acreditava que a mulher tinha um caso com o padre, o que não foi confirmado. O episódio chocou o município de Tapera.
À Polícia Civil, a mulher relatou que, ao ir até a igreja, não sabia que o marido estava armado. Ela nega envolvimento com o padre.
O padre nasceu na comunidade de Vista Alegre, em Tapejara, e foi seminarista em Passo Fundo, também no Norte do estado. Kolling é empresário em Selbach, enquanto a esposa é professora de uma escola estadual. Ela também dava aulas de vi