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Fórum Nacional do Milho debate clima e incentivos ao plantio

Publicada em: 07/03/2016 
Cereal é apontado, junto com a soja, como uma das culturas mais rentáveis ao produtor A 17ª edição da Expodireto Cotrijal sediou, durante a tarde de segunda-feira (7), a 8ª edição do Fórum Nacional do Milho. O evento, aberto para o público em geral, contou com a presença do governador José Ivo Sartori, do presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, do ex-ministro da Agricultura, Alyson Paolinelli, do pesquisador Dirceu Gassen, do secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, do consultor de agronegócio Carlos Cogo, dentre outros. Durante o debate, os painelistas demonstraram otimismo para a cultura do milho no Estado e no Brasil. De acordo com Carlos Cogo, mesmo com a instabilidade política e a retração econômica, o cultivo do milho ainda desempenhará papel estratégico no agronegócio brasileiro.Cogo também afirmou que este é o período ideal para os produtores que quiserem bons resultados na próxima safra. “Este é o momento para antecipar ao máximo a aquisição dos insumos. É o momento do produtor buscar a sua cooperativa, ou qualquer que seja o modo em que opera. A relação de troca neste momento é extremamente benéfica, já que, este ano, o produtor precisa de uma quantidade menor de sacas para a aquisição dos insumos no mesmo período do ano passado, mesmo com a alta do dólar. O momento é favorável para quem quiser comprar os insumos necessários para o plantio”, explicou.Ainda conforme o consultor, a expectativa é de que ocorra um aumento na área de plantio de milho, uma vez que a relação entre o preço da soja e do milho passa a ser mais favorável ao produtor do milho, seguindo uma tendência mundial, em que há um equilíbrio na safra de verão. “É bem provável que esse equilíbrio seja melhor analisado na safra 2016/2017, com os produtores reservando uma área maior para o milho em relação aos anos anteriores”, afirmou. Também foi abordada durante o debate a questão do seguro rural. Segundo Cogo, o valor de R$ 158 milhões anunciado pelo Governo Federal é suficiente apenas para cobrir de 10 a 12% da produção nacional durante a safra de inverno. “O volume disponível não é suficiente. O produtor terá de buscar ferramentas para se proteger. Se o governo tomasse alguma providência teria de ser em torno da liberação de crédito aos produtores, já que é um setor que responde, tem bom desempenho”. Outro painelista, o ex-ministro da Agricultura Alyson Paolinelli afirmou que o País precisa ter uma visão mais ampla e se inserir no mercado crescente. “Não tenho dúvidas que o milho será, em breve, o cereal mais procurado. Há que se partir do princípio de que os países populosos estão crescendo muito mais que os países industrializados. A cada 20% de aumento da renda de uma filha, o consumo de proteínas nobres dobra. Nos países em que o milho é a base da alimentação, percebe-se que a produção é maior que a projeção da FAO. É necessário que ocupemos este espaço no mercado ou alguém vai ocupar antes da gente. O Brasil é o maior manancial possível de atender a esta demanda, somos produtores com maior capacidade de sustentabilidade e também um produtor cada vez mais competente”, disse.Para o ex-ministro, o cultivo de milho associado ao da soja é um dos caminhos para o desenvolvimento e sustentabilidade da produção no País. “Temos de tentar fazer a dobradinha entre soja e milho, isto é fundamental. Vejo que temos de nos adaptar, aqui ainda existe um problema com a geada, mas nada muito grave. Estamos produzindo muito aquém da nossa capacidade. O milho brasileiro é considerado o de maior qualidade no mercado, o que, para nós, é muito importante”.

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