Fecomércio debate custo do setor público brasileiro
Os impactos financeiros do setor público brasileiro e as consequências para o empreendedorismo no Rio Grande do Sul foram as motivações discutidas no 5º Fórum de Economia da Fecomércio-RS, nesta quarta-feira, dia 7, em Porto Alegre.
As questões do evento circularam em torno de indagações de que um paí¬s como o Brasil, tão cheio de necessidades e em que tudo pode ser apresentado como prioridade, não faltam justificativas, pelo menos do ponto de vista dos polí¬ticos, para mais gastos. Mas será que o Brasil já não gasta demais? E o que gasta, será que gasta de maneira eficiente e justa?Na abertura do evento o presidente do Sistema Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, alertou que o momento atual é de uma crise nascida do excesso de gastos públicos e da prática de uma polí¬tica econômica cara e inócua. E lamentou que, diante desse cenário de necessidade de reequilibrar as contas públicas, a alternativa apontada pelos governantes têm sido a de mais tributos. \\\\\\\”Durante décadas o governo brasileiro aumentou gastos públicos sustentados pela expansão da carga tributária. E fica cada vez mais evidente que se alcançou o limite do que é razoável a sociedade transferir de renda ao Estado\\\\\\\”, alertou.O primeiro painel do evento foi mediado pela jornalista Rosane de Oliveira e discutiu “Qual o custo do setor público brasileiro”, tendo como painelistas o diretor de planejamento e expansão dos negócios do Banrisul, Júlio Brunet, e o especialista em finanças públicas Mansueto de Almeida.Para Manuseto de Almeida, a situação do Brasil, em parte, é estrutural de muitos anos atrás. O crescimento das despesas de forma desordenada, sem a respectiva aplicação dos recursos levou o paí¬s ao ní¬vel de endividamento atual. “O governo só tem como fazer o equilí¬brio das contas públicas arrecadando mais, ou seja, aumentando tributos. Já temos uma carga tributária excessivamente elevada, de 35%, e a melhoria dos gastos é uma necessidade latente\\\\\\\”, pontou.O especialista em finanças públicas alertou que se não forem feitos os ajustes fiscais necessários o Brasil seguirá sendo um paí¬s cada vez mais endividado e o governo terá que tomar medidas como aumentar ainda mais a carga tributária, os impostos ou as dí-vidas. \\\\\\\”O desemprego não vai diminuir, o dólar deve permanecer instável e crescente e a inflação vai subir. É isso que a situação atual nos faz visualizar para os próximos meses e, se não forem feitas as reformas necessárias, vai ser difí¬cil superar a crise vigente\\\\\\\”, observou.Os dois painelistas foram enfáticos ao concordar que o sistema tributário brasileiro é complexo e ineficiente, além de ter uma carga tributária incompatí¬vel com seu desenvolvimento. \\\\\\\”Não tem como avançarmos se não mudarmos algumas regras, como da previdência e do gasto social\\\\\\\”, exemplifica Brunet. \\\\\\\”O gasto com saúde, necessariamente, vai aumentar porque a população brasileira vai envelhecer. Se isso acontecer sem as medidas compensatórias nas despesas a conta não vai fechar”.
Ouça a reportagem de Eduardo Leães no player acima: