Morre o tradicionalista Nico Fagundes, aos 80 anos
Um dos expoentes da cultura tradicionalista do Rio Grande do Sul, Antônio Augusto Fagundes morreu na noite desta quarta-feira, no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre. O músico, historiador e folclorista tinha 80 anos e estava internado há cerca de um mês por conta de uma infecção respiratória — em decorrência de complicações, teve constatada falência múltipla de órgãos. O velório de Nico, como era conhecido, será realizado na manhã de quinta-feira, no Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini. Filho de Euclides Fagundes e Florentina da Silva Fagundes, Nico Fagundes marcou sua trajetória aqui no RS como apresentador do programa Galpão Criolo da RBSTV. Nico nasceu em Inhanduí, no interior do município de Alegrete, local de tradicionais famílias campeiras da fronteira. Foi escoteiro e fundador, sub-chefe e chefe da Tropa \”Anhangüera\”. Na época de estudante destacou-se como poeta e declamador. Em 1960, ingressou na Faculdade de Direito de Porto Alegre. No mesmo ano, casou-se com Marlene Nahas.
Nos últimos anos, Nico enfrentou uma série de problemas de saúde — um derrame, em 2000, e uma infecção que chegou a deixá-lo em coma, em 2010. O autor da célebre letra do Canto Alegretense nasceu em Alegrete em 4 de novembro de 1934 — município que homenagearia com a composição, um dos hinos da música regionalista, chegou a Porto Alegre aos 20 anos e rapidamente se enturmou com os fundadores do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Inicialmente, atuou como poeta e divulgador da obra de, entre outros, Aparício Silva Rillo e Jayme Caetano Braun; depois de formar-se advogado, Nico se especializou em História do Rio Grande do Sul e fez mestrado em Antropologia Social. Dedicou-se a pesquisar a formação, a identidade e os costumes típicos do Sul, levando-os a conhecimento do público por meio de livros, canções e, sobretudo, graças a sua atuação nos meios de comunicação. Ainda na Fronteira, aos 16 anos, já trabalhava no jornal Gazeta de Alegrete, como cronista e repórter, e na Rádio Alegrete, apresentando programas humorísticos e gauchescos. Na Capital, ingressou na redação de A Hora em 1954 e, na TV Piratini, no final daquela década.
Filmes que Nico participou:
O Tempo e o Vento – 1985
Lua de Outubro – 2001
A Cobra de Fogo – 2000
O Negrinho do Pastoreio – 1973
Ana Terra – 1971
Fonte: Gaúcha/ClicRBS – Diário Gaúcho