O governo estadual anunciou na tarde desta terça-feira, 24 de junho a redução do ICMS de 8% para 2% na venda de trigo para outros estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A decisão ocorreu após reunião, no Palácio Piratini, dos secretários da Fazenda Odir Tonollier e da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze que determinaram a redução do ICMS até o mês de agosto. A medida do governo gaúcho foi necessária em razão da decisão do governo federal, publicada em edição extra do diário oficial na última segunda-feira, em suspender a cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) para entrada de trigo estrangeiro, proveniente de países que não fazem parte do Mercosul.
Já em vigor, a suspensão de cobrança da TEC para a importação de trigo é temporária e precisa ser homologada em nova reunião na Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) no próximo dia 3 de julhoem Brasília. A notícia de retirada da TEC desagradou o presidente da Farsul, Carlos Sperotto. Para ele, a medida atende a pressão das indústrias do trigo e prejudica os produtores que estão em plantio da nova safra. Carlos Sperotto rebate as críticas sobre a qualidade do trigo gaúcho. Em sua opinião, reforçada por estudo da Embrapa, a problemática do trigo gaúcho reside em seu destino, o que nos leva ao entendimento de que o valor do frete tira a competitividade do trigo produzido no estado.
A Farsul alerta para o risco da grande quantidade de trigo gaúcho não ser comercializada. Da supersafra passada ainda havia estoque residual de 800 mil toneladas acrescidas da colheita prevista de 3,3 milhões de toneladas da supersafra deste ano. O mercado do trigo nacional vem mantendo um viés de baixa do preço da tonelada do grão desde o ano passado quando houve a mais recente suspensão da cobrança da TEC.